🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Junho de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Peças omitem que Anvisa defendeu vacinação em alerta de 2021 sobre riscos

Por Milena Mangabeira

14 de junho de 2023, 17h46

Não é recente a nota da Anvisa sobre riscos de miocardite e pericardite após vacinação contra a Covid-19 com imunizantes produzidos pela Pfizer, como fazem crer publicações que circulam nas redes. Posts omitem que o alerta da agência, publicado em 2021, reitera a importância da vacinação e que os benefícios superam os riscos. Em nota, a Anvisa reforçou a defesa da imunização.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam ao menos 5.000 curtidas no Instagram e 2.000 compartilhamentos no Facebook até o início da tarde de quarta-feira (14) e circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo não é bem assim

Anvisa alerta sobre risco de miocardite e pericardite pós-vacinação

Não é recente nota emitida pela Anvisa sobre efeitos adversos da vacina da Pfizer; publicações omitiram a defesa do uso do imunizante pela agência

Não é recente a nota publicada pela Anvisa com alerta sobre risco de miocardite e pericardite pós-vacinação com imunizantes da Pfizer, como fazem crer postagens que circulam nas redes sociais. Publicações que utilizam a nota de 2021 omitem, no entanto, que a agência defendeu a aplicação da vacina, uma vez que os benefícios são maiores do que os riscos. De acordo com a bula da Pfizer, os casos de miocardite e pericardite são “muito raros”.

“A Anvisa ressalta que mantém a recomendação de continuidade da vacinação com a vacina da Pfizer, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios superam os riscos.”

Em nota, a agência reguladora reforçou que não houve mudança no entendimento sobre os benefícios da vacina. Em fevereiro de 2023, a Anvisa publicou novo esclarecimento sobre os risco de miocardite e pericardite, destacando que os casos associado às vacinas contra Covid-19 permanecem baixos e reforçou os benefícios dos imunizantes.

“É importante destacar o benefício e a proteção das vacinas contra Covid-19, uma vez que a taxa de miocardite associada à própria doença é de 30 casos por milhão para a população em geral.”

No dia 5 de maio de 2023, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional referente à Covid-19, acatando recomendação do Comitê de Emergência da organização, que destacou a tendência da redução dos óbitos pela Covid-19 associada aos altos níveis de imunização da população mundial.

Desinformação contra a saúde. Desde a declaração de emergência de saúde pública por surto de coronavírus, declarada pela OMS em 30 de janeiro de 2020, Aos Fatos desmentiu centenas de publicações que circularam nas redes sociais com falsas alegações ou distorções envolvendo efeitos colaterais de vacinas até o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

Somente em 2023, foram ao menos 14 checagens envolvendo o tema. As peças mais recentes trazem alegações como a de que Bill Gates teria sugerido incluir vacinas de mRNA na Coca-Cola, o que é falso, que OMS afirmou que as vacinas não seriam mais necessárias para crianças e adolescentes saudáveis, o que também é mentira, e montagens que retiram de contexto trechos de telejornais para mentir que a imprensa recomendou cloroquina.

Outras publicações distorcem resultados de estudos para alegar uma falsa eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19 e que a imunidade natural dispensaria a vacinação, o que foi desmentido pelo próprio autor do estudo.

A peça de desinformação também foi checada pelo UOL Confere.

Referências:

1. Anvisa (1, 2 e 3)
2. Pfizer
3. OPAS (1 e 2)
4. UOL
5. Aos Fatos (1, 2, 3, 4 e 5)

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