A imagem de Maria Rita Serrano, representante dos funcionários no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, é usada de forma enganosa em postagens nas redes sociais para alegar que ela foi uma das mulheres que denunciaram o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, por assédio sexual (veja aqui). Em entrevista ao jornal O Globo, ela afirmou que o executivo tentava intimidá-la no conselho, mas não fez denúncias de cunho sexual.
Postagens com a alegação enganosa somavam ao menos 12 mil compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (1°).
Pense numa mistura de Gisele Bündchen com Angelina Jolie, pois é! Essa é a mulher linda, exuberante e irresistível que o ex-presidente da caixa Pedro Guimarães ‘assediou’.
Uma foto da representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, tem sido compartilhada nas redes sociais com a falsa legenda de que teria denunciado o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, por assédio sexual.
Na terça-feira (28), reportagem publicada pelo site Metrópoles revelou que um grupo de mulheres havia denunciado Guimarães à Ouvidoria do banco por casos de assédio sexual. A reportagem não revelou os nomes das denunciantes. No dia seguinte, o jornal O Globo publicou uma entrevista com Serrano, na qual ela afirma que o ex-presidente do banco tentava intimidá-la nas reuniões do conselho, que acontecem uma vez por mês. Em um dos episódios, o então presidente do banco teria elevado o tom de voz e batido na mesa. Ela não relatou ter sido vítima de assédio sexual.
Serrano afirmou que, até então, não havia sido submetida ao Conselho de Administração da Caixa qualquer denúncia formal ou processo de investigação interno sobre o caso. Ela alegou que sabia de rumores, mas que não havia provas. A despeito disso, ela afirmou que os casos de assédio moral teriam sido constantes durante a gestão de Guimarães.
Eleita pelos funcionários da Caixa, Serrano é a única mulher que faz parte do Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal. Na quarta-feira (29), ela solicitou ao presidente do conselho, Rogério Bimbi, a abertura de um processo de averiguação e responsabilização de Guimarães e outros possíveis envolvidos no caso. As denúncias de assédio estão sendo investigadas, sob sigilo, pelo MPF (Ministério Público Federal) do Distrito Federal. Em nota ao Aos Fatos, a procuradoria afirmou não poder fornecer informações.
Pedro Guimarães assumiu a Caixa no início do governo de Jair Bolsonaro (PL) e pediu demissão do banco público na quarta-feira. Em carta, ele negou as denúncias e ressaltou conquistas durante sua gestão.
A Agência Lupa também checou essa desinformação.
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