🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Março de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que Rita Serrano, presidente da Caixa, fez acordo para receber R$ 10 milhões do banco

Por Marco Faustino

14 de março de 2023, 17h22

Não é verdade que a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, processou por assédio o antecessor Pedro Guimarães, venceu a ação e receberá R$ 10 milhões do banco estatal que agora ela própria comanda. O acordo citado pelas peças de desinformação foi realizado entre o MPT (Ministério Público do Trabalho) e a Caixa para encerrar um processo movido contra o banco por casos de assédio moral e sexual dos quais ex-funcionárias acusaram Guimarães. Segundo o MPT, o valor será revertido para projetos sociais. Serrano não tem qualquer participação no caso.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulam centenas de compartilhamentos no Facebook e 400 mil visualizações no Twitter nesta terça-feira (14). As alegações também circulam no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Veja como se ganha dinheiro fácil no Brasil… Foi Rita Serrano quem processou o Pedro Guimarães, então presidente da Caixa, por assédio. Venceu a ação. Agora, ela virou presidente da mesma Caixa e aceitou um acordo de 10 milhões com ela mesma!!! Tudo legal!!!

Posts enganam ao afirmar que Rita Serrano processou Pedro Guimarães e aprovou acordo de R$ 10 milhões em benefício próprio ao assumir a presidência da Caixa

Posts que circulam nas redes enganam ao afirmar que a presidente da Caixa, Rita Serrano, teria processado o ex-presidente da instituição Pedro Guimarães e aprovado um acordo de R$ 10 milhões em benefício próprio ao assumir a direção do banco neste ano. A negociação, pactuada entre o MPT e a Caixa Econômica Federal para encerrar um processo por assédio moral e sexual contra o banco, não beneficiará Serrano. Segundo o MPT, o valor será revertido para projetos sociais.

Em nota enviada ao Aos Fatos, a Caixa negou que Serrano tenha movido qualquer ação contra Pedro Guimarães ou que vá receber indenização decorrente da ação coletiva movida pelo MPT. O órgão do Judiciário não retornou o contato da reportagem.

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Em ação ajuizada no ano passado, o MPT pediu à Caixa R$ 305 milhões pela omissão em apurar e punir os supostos casos de assédio. O valor foi posteriormente reduzido para R$ 10 milhões em acordo entre os procuradores e o banco que ainda será assinado. Além do pagamento da multa, a Caixa se comprometeu a adotar ações de combate ao assédio.

O MPT também pediu que Pedro Guimarães seja condenado a pagar R$ 30 milhões por danos coletivos causados às mulheres que o acusaram de assédio. Os recursos devem ser revertidos a um fundo de proteção dos direitos dos trabalhadores.

Assédio. Em junho de 2022, o site Metrópoles divulgou que um grupo de mulheres teria denunciado Pedro Guimarães por assédio sexual à ouvidoria do banco. Os relatos levaram à demissão de Guimarães, que nega as denúncias. Na esfera criminal, as investigações foram encerradas pelo MPF (Ministério Público Federal) em dezembro do ano passado, mas, como o caso corre em sigilo, não é possível confirmar se Guimarães será acusado formalmente.

Na época em que as denúncias foram divulgadas, o jornal O Globo publicou uma entrevista com Rita Serrano, que representava os funcionários da Caixa no Conselho de Administração. Diferentemente do que sugeriam peças de desinformação que circularam nas redes naquele período, Serrano nunca disse ter sido vítima de assédio sexual. Ela assumiu a presidência da Caixa em janeiro, após convite do presidente Lula (PT).

Referências:

1. Metrópoles (Fontes 1, 2 e 3)
2. Fenae
3. G1
4. O Globo
5. Aos Fatos
6. Governo Federal

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