É falso que Drauzio Varella afirmou que suplemento alimentar cura doenças oculares

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Não é verdade que o oncologista Drauzio Varella recomende um suplemento alimentar contra doenças oftalmológicas, como sustentam publicações nas redes (veja aqui). O médico afirma que, por princípio, não promove nenhum medicamento e o vídeo no anúncio é uma montagem feita a partir de outras duas gravações antigas. A propaganda viola ainda uma norma da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proíbe que esse produto seja apresentado como capaz de prevenir, tratar ou sanar enfermidades.

O conteúdo reunia centenas de compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (10) e foi sinalizado por Aos Fatos como FALSO na plataforma (saiba como funciona).


Selo falso

Com marca d'água com o selo falso, reprodução de propaganda enganosa que se aproveita da imagem do médico Dráuzio Varella

Um anúncio que circula no Facebook engana ao afirmar que o médico Dráuzio Varella teria recomendado o uso de um suplemento chamado Oculax para prevenir ou curar doenças oftalmológicas. Além de usar a imagem do oncologista, a publicação traz uma montagem feita com dois vídeos antigos dele, um em que fala do desenvolvimento de miopia e outro em que desmente uma propaganda enganosa. Varella já disse em seu site oficial que, por princípio, não promove qualquer tipo de medicamento.

O anúncio reúne ainda outros elementos gráficos para fazer crer que o vídeo editado seria uma entrevista real do médico, como um banner do Fantástico, da TV Globo, e o logo do site G1. Além da manipulação ser flagrante já à primeira vista, Aos Fatos verificou que o conteúdo nunca foi exibido em veículos ou programas do Grupo Globo.

Com a marca d'água com o selo falso, reprodução de conteúdo enganoso sobre o médico Dráuzio Varella.

No início do ano passado, Aos Fatos checou outra publicação enganosa que usava a imagem de Varella para promover suplementos alimentares.

Além de difundir informação falsa, esses anúncios violam uma norma da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proíbe que suplementos sejam apresentados como indicação de prevenção, tratamento ou cura de doenças. O órgão informou ao Aos Fatos que abriu um dossiê de investigação para apurar a publicidade irregular do Oculax.

O suplemento é comercializado pela Bio High Comércio e Serviços, de Itajaí (SC), que pediu em abril ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) o registro de marca. Por não conter enzimas ou probióticos, este produto não precisa obter o aval da Anvisa, apenas do órgão de vigilância sanitária local. A Superintendência de Vigilância Sanitária de Santa Catarina disse não conhecer o suplemento e a empresa e instaurou processo de verificação. Procurada, a Bio High não respondeu.

De acordo com o oftalmologista Beogival Wagner Santos, professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), se indicados pelo médico, suplementos podem auxiliar no tratamento de doenças que atingem a retina e que estão relacionadas ao envelhecimento do paciente. Entretanto, ele ressalta que a melhor prevenção é manter uma dieta balanceada.

Esta peça de desinformação também foi desmentida pela Lupa.

Referências

  1. Portal Drauzio Varella (1, 2 e 3)
  2. Aos Fatos
  3. DOU
  4. Inpi

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