Metodologia


Abaixo, você encontra o método de checagem de declarações e verificação de boatos do Aos Fatos. Para entender a metodologia empregada nas investigações de campanha de desinformação do Radar Aos Fatos, clique aqui.


Diariamente, jornalistas de Aos Fatos acompanham declarações de políticos e autoridades de expressão nacional, de diversas colorações partidárias, de modo a verificar se eles estão falando a verdade. Para isso, adotamos uma fórmula com sete etapas para realizar nossas checagens.

Selecionamos uma informação pública a partir de sua relevância — seja porque uma autoridade pública a endossou, seja porque tem alto engajamento nas redes sociais.

Consultamos quem divulgou a informação primeiro para checar sua veracidade.

Uma vez confirmada a origem da desinformação, procuramos por fontes de origem confiável para conferir se a mensagem confere.

Se há necessidade, consultamos fontes oficiais, para confirmar ou refutar a informação.

Se ainda não for suficiente, consultamos fontes alternativas, que podem subsidiar ou contrariar dados oficiais. Registramos, de modo acessível, no texto.

Contextualizamos.

Classificamos a declaração com uma das sete categorias: VERDADEIRO, IMPRECISO, EXAGERADO, CONTRADITÓRIO, INSUSTENTÁVEL, DISTORCIDO ou FALSO.


Antes da publicação, qualquer checagem ou reportagem do Aos Fatos passa pelas mãos de dois editores: um deles confere junto com o repórter as fontes consultadas, enquanto o segundo faz a revisão final e confirma a coerência do método. Todos os jornalistas envolvidos nesse processo devem chegar a um veredito a respeito do selo que será concedido à declaração ou à desinformação checada. Se necessário, outro editor deverá ser consultado, para tirar a prova real.

Da mesma forma, não serão checadas opiniões e previsões, além de tópicos de pouca relevância para o debate público, como vícios de linguagem e questões de foro íntimo.

Além disso, nossos jornalistas buscam subsidiar todas as nossas classificações de modo claro, objetivo e transparente. Os jornalistas são orientados a listar, ao fim de cada texto, as fontes consultadas para checar determinado fato. Se os dados não são públicos, abrimos. Se as informações não estiverem acessíveis de modo descomplicado, explicamos como chegar até elas. Se errarmos, corrigiremos e deixaremos isso claro em nossas reportagens.


Embora Aos Fatos se esforce para checar autoridades de todos os lados do espectro político, nossa equipe também acredita que quem está no poder deve e merece estar sob escrutínio preferencial. Trata-se de um método jornalístico clássico: a apuração deve levar em conta a relevância da figura a ser analisada. 

Além disso, todos os jornalistas que integram a equipe de Aos Fatos estão sob escrutínio público, de modo que são expressamente orientados a não endossar formal ou informalmente qualquer discurso político-partidário. Nossa equipe não faz militância nem manifesta preferência — ela é estimulada a ouvir todos os lados. Qualquer comportamento destoante da busca pela isenção e da pluralidade não faz parte da filosofia de Aos Fatos, tampouco de sua linha editorial.

Desse modo, Aos Fatos assegura a seus leitores que sempre irá acompanhar todos os lados do debate político, mas lançará olhares sobretudo onde o poder mora. Aos Fatos exorta os seus leitores a distinguir posições políticas de temáticas partidárias.


Os selos são a marca registrada de Aos Fatos e o coração da nossa proposta. Cada um desses selos tem um significado particular. Veja como classificamos cada uma das informações que checamos.

VERDADEIRO

O emprego do selo VERDADEIRO é simples: a declaração ou a informação são condizentes com os fatos e não carecem de contextualização para se mostrarem corretas.

 

IMPRECISO

O selo IMPRECISO só se aplica a declarações. Quando a afirmação recebe o selo IMPRECISO, significa que necessita de contexto para ser verdadeira. Ou seja, em alguns cenários, é possível que a declaração em questão não se aplique.

 

EXAGERADO

O selo EXAGERADO só se aplica a declarações. É para quando elas não são totalmente falsas, mas estão quase lá. Um político disse que fez 100 mil creches, mas fez 80 mil? EXAGERADO. 

 

INSUSTENTÁVEL

O selo INSUSTENTÁVEL só se aplica a declarações. Serve àquelas cujas premissas não podem ser refutadas nem confirmadas. Ou seja, serve para quando não há fatos, dados ou qualquer informação consistente que sustentem a afirmação.

 

CONTRADITÓRIO

O selo CONTRADITÓRIO é usado apenas em declarações, quando o conteúdo da declaração checada é objetivamente oposto ao de afirmações ou ações anteriores atribuídas à mesma pessoa ou instituição que ela representa.

 

DISTORCIDO

O selo DISTORCIDO é usado apenas para boatos e notícias com conteúdo enganoso. Serve para aqueles textos, imagens e áudios que trazem informações factualmente corretas, mas aplicadas com o intuito de confundir.

 

Selo falso

FALSO

Se uma afirmação ou uma notícia ou um boato têm informações sem qualquer amparo factual, eles recebem o selo FALSO. É simples. Basta que os dados disponíveis a contradigam de forma objetiva.


Em setembro de 2016, Aos Fatos assinou um código internacional de princípios e condutas estabelecido pela IFCN (International Fact-Checking Network), cujo objetivo é certificar seus leitores de que eles terão acesso a material desenvolvido por um veículo apartidário e comprometido com a transparência de suas atividades.

Os compromissos a serem seguidos por Aos Fatos são os seguintes:

(1) UM COMPROMISSO DE APARTIDARISMO E EQUIDADE

Checamos declarações usando os mesmos parâmetros para todas as nossas checagens. Não concentramos nossas checagens em um só lado do espectro político-ideológico. Seguimos o mesmo método em todas as nossas checagens e permitimos que as evidências ditem nossas conclusões. Não advogamos por agendas políticas ou declaramos preferência ideológica em assuntos que checamos.

(2) UM COMPROMISSO PELA TRANSPARÊNCIA DAS FONTES

Queremos que nossos leitores tenham autonomia para comprovar o que apuramos. Fornecemos acesso às nossas fontes detalhadamente, para que os nossos leitores possam replicar nosso trabalho — à exceção de casos em que a segurança da fonte esteja sob ameaça. Nessa hipótese, oferecemos o máximo de detalhes que for possível.

(3) UM COMPROMISSO PELA TRANSPARÊNCIA DE FINANCIAMENTO E ORGANIZAÇÃO

Somos transparentes em relação à origem do nosso dinheiro. Se aceitamos financiamento de outras organizações, asseguramos que nossos financiadores não tenham influência sobre as conclusões de nossas reportagens. Detalhamos o histórico profissional de todos os principais membros da nossa organização e explicamos nossa estrutura organizacional e nossa situação jurídica. Também indicamos claramente maneiras de nossos leitores entrarem em contato conosco.

(4) UM COMPROMISSO COM TRANSPARÊNCIA DE MÉTODO

Explicamos nossa metodologia: como selecionamos, pesquisamos, escrevemos, publicamos e corrigimos nossas checagens. Encorajamos nossos leitores a nos mandar temas para checagem e somos transparentes a respeito de como e por que checamos determinados fatos.

(5) UM COMPROMISSO COM CORREÇÕES FRANCAS E AMPLAS

Temos uma política pública de correções e a seguimos escrupulosamente. Corrigimos com clareza e transparência, de acordo com nossas práticas públicas. Divulgamos o resultado final, de modo que nossos leitores tenham acesso à versão corrigida.

A admissão de Aos Fatos à IFCN é condicionada ao cumprimento rigoroso desses princípios. Se você acredita que Aos Fatos não está de acordo com essas diretrizes, envie uma reclamação aqui.

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