🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Comparação de preços de vacinas cita valor errado do imunizante Oxford/AstraZeneca

Por Luiz Fernando Menezes

2 de fevereiro de 2021, 16h36

Não é verdade que uma dose da vacina Oxford/AstraZeneca custa R$ 3,40, como alegam postagens nas redes sociais que comparam esse valor ao da CoronaVac, fixada em R$ 58,20 (veja aqui). O preço da dose do imunizante inglês varia entre R$ 17 e R$ 28.

A postagem checada reunia ao menos 3.000 compartilhamentos até a tarde desta terça-feira (2) e foi marcada com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação do Facebook (saiba como funciona).


A vacina contra Covid-19 Oxford/AstraZeneca não custa R$ 3,40 por dose, como alega a postagem, mas de R$ 17 a R$ 28,30, dependendo de onde foi produzida, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que produzirá o imunizante no Brasil.

Em dólares, o valor da dose fabricada no Brasil é de US$ 3,16, o que corresponde a R$ 17, segundo a cotação da moeda nesta terça-feira (2). A Fiocruz ressaltou, porém, que esse custo pode ser maior nas doses importadas: as trazidas do Instituto Serum, na Índia, custaram US$ 5,25 cada, cerca de R$ 28,30.

O preço da CoronaVac citado na postagem, entretanto, está correto: R$ 58,20 a dose do imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac Biotech e que será produzido pelo Instituto Butantan no Brasil. O valor consta no contrato firmado entre o órgão do governo paulista e o Ministério da Saúde.

A diferença entre os preços das duas vacinas pode estar relacionada às condições de segurança que cada uma delas exige, explica Flávio Fonseca, virologista do CT Vacinas (Centro de Tecnologia de Vacinas) e pesquisador da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). As que usam a técnica do vírus inativado, como a CoronaVac, devem ser produzidas em condições de segurança e estrutura muito mais caras e rígidas que as de vetor viral, caso da Oxford/Astrazeneca.

Os dois imunizantes são, até o momento, os únicos aprovados para uso experimental pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De 17 de janeiro, quando foram aprovadas as vacinas, até o último sábado (30), mais de 2 milhões de brasileiros já haviam recebido a primeira dose, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa.

A Agência Lupa também checou esta postagem.

Referências:

1. Fiocruz (Fontes 1 e 2)
2. Ministério da Saúde
3. Instituto Butantan
4. EBC
5. Estadão


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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