Cenas de repressão a ato LGBTQIA+ na Ucrânia circulam nas redes como se mostrassem marcha pró-Hamas

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É falso que um vídeo mostra ativistas franceses sendo sequestrados após levantarem uma bandeira LGBTQIA+ durante um ato pró-Hamas. Gravadas em 2017, as imagens estão circulando nas redes fora de contexto. Na verdade, registram o momento em que vândalos invadiram uma marcha LGBTQIA+ na Ucrânia em 2017 e agrediram manifestantes.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 3.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter), além de milhares de visualizações no TikTok e centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta terça-feira (10).


Selo falso

Homossexuais franceses durante o ato pró-Hamas foram sequestrados após levantar bandeira LGBT

Vídeo que mostra extremistas agredindo manifestantes em marcha LGBTQIA+ na Ucrânia em 2017 circula como se registrasse sequestro de franceses em ato pró-Hamas

Um vídeo que mostra homens encapuzados queimando a bandeira LGBTQIA+ não foi gravado durante um ato pró-Hamas — grupo extremista palestino — e tampouco retrata o sequestro de ativistas franceses, como afirmam peças de desinformação nas redes. O registro, na realidade, mostra o momento em que extremistas invadiram uma marcha LGBTQIA+ ocorrida em Kharkiv, na Ucrânia, em 2017.

Na ocasião, dois policiais ucranianos foram hospitalizados ao tentar dispersar cerca de 30 vândalos, que agrediram os participantes da manifestação e queimaram a bandeira LGBTQIA+. Quatro pessoas foram presas e não houve qualquer registro de sequestro.

Ao longo dos últimos anos, houve uma série de ações de repressão à população LGBTQIA+ na Ucrânia:

  • Em 2013, a primeira marcha LGBTQIA+ em Kiev, capital do país, foi feita sob proteção policial;
  • Em 2015, na segunda edição da marcha em Kiev, homens encapuzados atiraram foguetes, bombas de fumaça e gás lacrimogêneo contra manifestantes;
  • Também houve hostilidades entre policiais e ultranacionalistas ucranianos nas edições realizadas em 2017 e 2019;
  • A marcha de Kiev foi realizada em outros países em 2022 e 2023, em razão da invasão russa à Ucrânia.
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Guerra. No último fim de semana, o grupo extremista palestino Hamas atacou diversas cidades de Israel, iniciando um conflito que já deixou ao menos 1.830 mortes, entre israelenses e palestinos. Desde então, Aos Fatos desmentiu uma série de peças de desinformação que compartilham imagens descontextualizadas como se fossem cenas da guerra ou tentam associar o governo brasileiro ao grupo extremista palestino.

Referências

  1. YouTube AFP Português
  2. G1 (1, 2 e 3)
  3. O Globo (1 e 2)
  4. Euronews
  5. Visão
  6. Aos Fatos (1 e 2)

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