“E eu seria omisso se não falasse agora: pode ser que lá na frente fale, ah, a chance é zero, era um placebo. Tudo bem, paciência, me desculpa, tchau. ”
Ao mencionar mais uma vez o tratamento precoce contra a Covid-19 com o uso da hidroxicloroquina — abordagem terapêutica que não tem comprovação científica — o presidente se mostra CONTRADITÓRIO ao afirmar que existe a possibilidade de, no futuro, o medicamento não se mostrar eficaz contra o novo coronavírus. Isso porque, em 34 ocasiões anteriores, Bolsonaro atestou, sem provas, que a droga havia demonstrado resultados positivos no tratamento da doença e que seu uso, em especial diante dos primeiros sintomas, seria a melhor alternativa para que o país escapasse dos efeitos da pandemia. É importante ressaltar que evidências sustentam, até o momento, que uso do medicamento, combinado ou não ao antibiótico azitromicina, não traz melhoras no quadro clínico de pacientes e pode ser, inclusive, perigoso. Ele chegou a ser excluído de protocolos clínicos da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do governo americano em 2020 por não apresentar benefícios visíveis.