“O que eu falei, desafiei a imprensa depois a me desmentir, gripezinha para mim.”
Bolsonaro defendia que nunca usou o termo "gripezinha" para se referir à Covid-19 como um todo. Segundo ele, apenas teria dito que, em seu caso, dada a sua capacidade física, a doença seria apenas uma gripezinha. A declaração, no entanto, é FALSA, porque o presidente usou o termo em outras ocasiões para subestimar a gravidade da infecção entre a população em geral. A primeira vez em que usou a palavra foi em entrevista coletiva no dia 20 de março, quando afirmou: "Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?". No dia seguinte, ao refutar a afirmação do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que haveria um colapso no sistema de saúde brasileiro, voltou a usar o termo para sugerir que a doença era inofensiva: “E pode ter certeza que para 60% dos brasileiros não será nem uma gripezinha, não será nada, nem tomarão conhecimento". Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão no dia 24 de março, o presidente usou o termo mais uma vez: de acordo com ele, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria se preocupar, e seria "quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho". Mais adiante no mesmo discurso, voltou a repetir o termo em referência descontextualizada à fala do médico Drauzio Varella, a quem acusou de diminuir os potenciais perigos da doença.
REPETIDA 17 VEZES. Em 2020: 26.nov, 27.nov, 29.nov, 02.dez, 03.dez. Em 2021: 15.jan, 04.fev, 11.mar, 27.abr, 05.mai, 03.jun, 10.jun, 18.jun, 27.set, 30.set, 07.out. Em 2022: 13.ago.