🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Vídeos mostram acampamento de indígenas em Brasília, não mobilização de bolsonaristas

Por Marco Faustino

23 de agosto de 2021, 19h17

Vídeos que circulam nas redes sociais (veja aqui) atribuem um acampamento montado nesta semana na Praça da Cidadania, em Brasília (DF), à mobilização de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que não é verdade. As tendas mostradas nas imagens são parte de um ato de indígenas e ativistas pela manutenção das atuais regras de demarcação de terras, que podem ser revistas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Postagens que compartilham o vídeo somam ao menos 7.500 compartilhamentos nesta segunda-feira (23) no Facebook e foram marcadas com o selo FALSO por Aos Fatos na ferramenta de verificação (saiba como funciona).


Diferentemente do que afirmam os autores dos dois vídeos checados, as imagens não mostram preparativos para os atos bolsonaristas previstos para o Sete de Setembro, mas uma mobilização indígena iniciada nesta semana para pressionar o STF (Supremo Tribunal Federal) pela manutenção das atuais regras de demarcação de terras.

As gravações mostram tendas e outras estruturas armadas na Praça da Cidadania, em frente ao Teatro Nacional, em Brasília (DF), onde indígenas e ativistas estão reunidos desde a madrugada de sábado (21).

Aos Fatos verificou que o local onde as filmagens foram registradas é o mesmo do acampamento indígena ao comparar uma foto aérea divulgada pela Agência Cenarium com imagens do Google Maps (veja abaixo). É possível observar elementos em comum entre as filmagens e a foto do acampamento, como o Teatro Nacional, o gramado que leva ao bloco de prédios do Ministério da Economia e outros elementos.

À esquerda, foto aérea da Agência Cenarium. A direita, imagem do Google MapsMesmo lugar. À esquerda, a vista aérea do acampamento; à direita, a Praça da Cidadania no Google Maps

A mobilização em Brasília tem como foco o julgamento da tese do marco temporal, que pode ser julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na quarta-feira (25) e que estabelece que as terras indígenas só podem ser demarcadas se for comprovado que a ocupação pelos povos originários era anterior à promulgação da Constituição, em outubro de 1988. Lideranças indígenas são contrárias à tese por avaliar que expulsões e remoções forçadas ocorridas no passado serão desconsideradas. Saiba mais aqui.

Referências:
1. Jornal do Brasil
2. Agência Cenarium
3. Google Maps
4. Apib
5. Brasil de Fato
6. Aos Fatos


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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