🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Presos não vão monitorar a população em pontos de ônibus no Pará

Por Priscila Pacheco

11 de abril de 2020, 18h27

É falso que o governo do Pará escalou presos para monitorar se a população está cumprindo regras de distanciamento social em pontos de ônibus, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). Na verdade, os detentos serão responsáveis pela pintura de faixas que marcam distâncias de um metro no chão das paradas de transporte coletivo da região metropolitana de Belém. Segundo a administração estadual, a medida serve para evitar aglomerações e minimizar o contágio por Covid-19.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) publicaram o vídeo com a falsa alegação nas redes sociais. No Facebook, a falsa informação tem sido veiculada com um vídeo em que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), anuncia a medida da pintura de faixas. Posts com a desinformação reuniam ao menos 50 mil compartilhamentos na tarde deste sábado (11) e foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).


FALSO

"O governador do Pará, seu Hélder Barbalho, teve a BRILHANTE ideia de colocar os presos para monitorar ponto de ônibus e garantir q as pessoas estejam mantendo o distanciamento adequado. Sim, VOCÊ vai ser monitorado por um DETENTO.

ME FALTAM PALAVRAS!!!"

Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o governo do Pará escalou presos para monitorar pontos de ônibus e fiscalizar se a população está cumprindo regra de distanciamento social. Na verdade, o estado anunciou que trabalho dos detentos na pintura de faixas nas paradas do transporte público em Belém para orientar a distância de um metro e, assim, evitar aglomerações. Segundo o governo paraense, a medida pode minimizar o risco de contágio pela Covid-19.

No vídeo que acompanha as postagens enganosas, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirma, em referência ao trabalho de pintura, que os presos farão “marcações das paradas de ônibus”:

“Nós estaremos com os presos fazendo marcações das paradas de ônibus da região metropolitana. Vamos botar essa turma para trabalhar e ajudar nesse momento. Portanto, os presos estarão trabalhando na marcação das paradas de ônibus para orientar a população e, com isso, evitar aglomeração, com essa distância de 1 metro para cada cidadão que esteja nas paradas”, diz, no trecho veiculado pelas postagens.

No Twitter, o governador desmentiu que tenha dito que os presos serão empregados para fiscalizar a população nos pontos de ônibus.

O trabalho de pintura foi iniciado nesta quinta-feira (9) por mais de 30 detentos divididos em seis grupos. Segundo a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) e o Detran (Departamento de Trânsito do Estado), que coordenam a iniciativa, a meta é marcar 150 pontos de ônibus da capital e da região metropolitana. Até este sábado (11), 53 paradas já haviam sido sinalizadas.

Segundo o governo, o número de presos autorizados a fazer trabalhos externos diminuiu por causa do avanço do Covid-19 no estado. As equipes que continuam trabalhando fora das unidades prisionais ficam separadas de outros internos.

Fazer marcações em paradas de ônibus como forma de orientar a população e evitar aglomerações não é exclusividade do Pará. Em São Paulo, por exemplo, a SPTrans também começou a pintar faixas em terminais de ônibus da capital para que os passageiros mantenham pelo menos um metro de distância nas filas.

Referências:

1. Agência Pará
2. Agência Brasil
3. Estadão


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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