🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Ex-ministro do STF Ayres Britto não é autor de carta com críticas a Moro

Por Amanda Ribeiro

7 de maio de 2020, 17h59

Não é verdade que o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto escreveu um texto no qual afirma que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro era um infiltrado de opositores de Jair Bolsonaro no governo para "destruir" a gestão do presidente (veja aqui). Além de o jurista negar ser o autor da mensagem, o seu conteúdo elogioso a Bolsonaro não corresponde às opiniões já expressadas por Ayres Britto em entrevistas concedidas a veículos de comunicação.

A peça de desinformação tem circulado no WhatsApp, onde foi enviado por leitores do Aos Fatos como sugestão de checagem (inscreva-se aqui). No Facebook, ela foi publicada por páginas e perfis pessoais e acumulava cerca de 2.200 compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira (7). Todas as postagens foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de monitoramento da última rede social (saiba como funciona).


FALSO

O Jurista Ayres Brito disse tudo em poucas linhas!
Muitos estão abandonando o Pres JB.
O Capitão que abriu mão do seu conforto e quase de sua vida pelo Brasil, pelo povo brasileiro!

O ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto não é o autor de uma carta que tem circulado nas redes sociais que afirma que o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro participava de um plano da esquerda comandado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo empresário e filantropo George Soros para destruir o presidente Jair Bolsonaro. Em publicação em seu perfil oficial no Twitter, Ayres Britto negou ter escrito a mensagem, de “explícito apoio a uma corrente ideológica e rejeição de outra, sob viés sectário”.

No texto, é descrito um suposto plano da esquerda e de uma “nova ordem mundial” para, primeiro, impedir a eleição de Jair Bolsonaro, e, depois, desestabilizar o seu governo. A saída de Moro seria o “trunfo” desses dois grupos, porque faria a população “virar as costas para o capitão”. A mensagem ainda compara Moro ao jornalista do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, por ter entregue à TV Globo prints de conversas no WhatsApp com o presidente.

O ex-ministro Sergio Moro também se manifestou sobre a peça de desinformação em postagem no Twitter: “Continuam as fake news contra mim, abaixo uma feita utilizando falsamente o nome do Min Ayres Britto para veicular louvores ao PR. e críticas a mim. Será que abandonamos toda e qualquer dignidade?”, questiona.

Em entrevista à CNN Brasil, aliás, é possível verificar que a opinião de Ayres Britto sobre Moro é diferente da propagada no conteúdo enganoso outra. Em sua fala, o jurista lamentou a saída do ex-juiz, ressaltando que o país perdia com a decisão. "Eu não via com bons olhos sua saída do Poder Judiciário, mas, agora, com sua saída, eu lamento. Não por ele, mas pelo país", disse.

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, Ayres Britto ainda reafirmou, com base na Constituição, a importância da impessoalidade na gestão pública. "Pode-se, sim, nomear [ministros], mas sempre da perspectiva da legalidade, impessoalidade, publicidade, eficiência. Esse é o reino da institucionalidade", disse. "Os agentes passam, as instituições ficam".

Referências:

1. UOL


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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