🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que abertura da Olimpíada de 2012 exibiu representação da pandemia de Covid-19

Por Ethel Rudnitzki

11 de janeiro de 2022, 19h24

Não é verdade que a pandemia de Covid-19 foi representada na abertura da Olimpíada de Londres, em 2012, como sustentam postagens nas redes sociais (veja aqui). A cena que supostamente comprovaria essa alegação mostra um boneco de Voldemort, vilão da saga Harry Potter, e pessoas vestidas como médicos e pacientes em uma homenagem do evento à literatura infantil e ao serviço público de saúde britânicos.

Postagens com este conteúdo enganoso circulam nas redes ao menos desde agosto de 2020 e ganharam novo fôlego nesta semana, tendo acumulado ao menos 14.000 compartilhamentos no Facebook até terça-feira (11).


Selo falso

As postagens checadas enganam ao afirmar que a pandemia de Covid-19 foi retratada durante a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e que isso provaria que a disseminação do novo coronavírus pelo planeta já era “planejada há muito tempo”. A foto que atestaria a alegação, entretanto, não mostra a morte com uma agulha na mão ao lado de profissionais de saúde e de crianças doentes.

A imagem registra, na realidade, uma representação de Lorde Voldemort, vilão da série de filmes e livros Harry Potter, segurando uma varinha mágica. Ao seu redor, pessoas vestidas de branco para simbolizar médicos e enfermeiros do serviço público de saúde britânico encenam o atendimento a crianças em leitos hospitalares.

A cena fazia parte de uma homenagem do evento à literatura infantil britânica e ao sistema de saúde daquele país, segundo o site da Olimpíada e o guia da cerimônia.

No vídeo completo do espetáculo, entre os minutos 44 e 51, a autora de Harry Potter, JK Rowling, aparece lendo trechos do livro Peter Pan para os intérpretes das crianças hospitalizadas. A cena remete ao hospital infantil londrino Great Ormond Street, que, em 1929, recebeu do autor do clássico infantil, J. M. Barrie, os direitos da publicação da obra.

Esta peça de desinformação também circulou em outros países e já foi checada pelo Polígrafo, pelo Politifact, pela Reuters e pelo USA Today. No Brasil, ela foi verificada pela AFP, pelo Fato ou Fake e pela Lupa.

Referências:
1. Olympics (1, 2, 3)


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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