Poster do agregador

Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

Atualizado em 30 de Dezembro, 2022


Número de afirmações sobre




As três afirmações mais repetidas

REPETIDA 249 VEZES

Em 2019: 15.dez, 23.dez, 24.dez, 26.dez. Em 2020: 10.jan, 06.fev, 20.fev, 03.mar, 09.mar, 16.mar, 20.mar, 22.abr, 28.abr, 05.mai, 22.mai, 28.mai, 26.jul, 30.jul, 02.ago, 13.ago, 07.out, 08.out, 11.out, 15.out, 22.out, 29.out, 09.nov, 25.nov, 29.nov, 08.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 11.jan, 12.jan, 15.jan, 18.jan, 08.fev, 11.fev, 20.fev, 04.mar, 07.abr, 27.abr, 05.mai, 08.mai, 11.mai, 13.mai, 10.jun, 15.jun, 18.jun, 21.jun, 24.jun, 25.jun, 07.jul, 12.jul, 13.jul, 18.jul, 19.jul, 21.jul, 22.jul, 26.jul, 27.jul, 29.jul, 31.jul, 02.ago, 04.ago, 05.ago, 06.ago, 17.ago, 19.ago, 23.ago, 24.ago, 25.ago, 28.ago, 30.ago, 31.ago, 09.set, 10.set, 15.set, 17.set, 21.set, 23.set, 24.set, 30.set, 09.out, 13.out, 14.out, 18.out, 20.out, 21.out, 24.out, 25.out, 27.out, 07.nov, 09.nov, 10.nov, 19.nov, 22.nov, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 27.dez, 30.dez, 31.dez. Em 2022: 06.jan, 12.jan, 20.jan, 31.jan, 02.fev, 07.fev, 09.fev, 10.fev, 11.fev, 12.fev, 16.fev, 18.fev, 21.fev, 23.fev, 24.fev, 25.fev, 28.fev, 04.mar, 07.mar, 16.mar, 21.mar, 22.mar, 23.mar, 27.mar, 04.abr, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 15.abr, 05.mai, 12.mai, 30.mai, 02.jun, 08.jun, 15.jun, 18.jun, 24.jun, 09.jul, 23.jul, 24.jul, 27.jul, 30.jul, 22.ago, 24.ago, 03.set, 06.set, 07.set, 11.set, 13.set, 14.set, 16.set, 17.set, 20.set, 24.set, 29.set, 04.out, 12.out, 14.out, 21.out, 23.out, 26.out, 27.out, 28.out.

“Qual a corrupção no meu governo? Não tem, tem acusações vagas, levianas.”

Integrantes e ex-integrantes do governo Bolsonaro são alvos de investigações e denúncias de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em junho de 2022, a PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suposto envolvimento em um esquema de liberação de verbas na pasta. Ele é investigado por prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e foi liberado por habeas corpus. Atuais e antigos integrantes do governo também são investigados pela PF ou pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); Ricardo Salles (PL), ex-titular do Meio Ambiente; o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), que comandou o Turismo; e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Além disso, relatório de junho deste ano da Americas Society/Council of the Americas afirma que as tentativas do presidente de controlar órgãos de investigação e os cortes orçamentários de agências independentes seriam sinais de recuo no combate à corrupção no Brasil.

REPETIDA 139 VEZES

Em 2020: 09.abr, 11.abr, 16.abr, 18.abr, 29.abr, 30.abr, 02.mai, 07.mai, 14.mai, 19.mai, 20.mai, 21.mai, 22.mai, 26.mai, 28.mai, 02.jun, 03.jun, 04.jun, 08.jun, 09.jun, 11.jun, 15.jun, 18.jun, 19.jun, 25.jun, 07.jul, 09.jul, 16.jul, 18.jul, 06.ago, 13.ago, 24.ago, 25.ago, 03.set, 16.set, 22.set, 24.set, 09.out, 19.out, 09.nov, 10.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 14.jan, 15.jan, 21.jan, 04.fev, 02.mar, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 21.jul, 22.jul, 28.jul, 29.jul, 02.ago, 04.ago, 05.set, 15.set, 27.set, 09.out, 14.out, 31.out, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 08.dez, 11.dez, 19.dez. Em 2022: 12.jan, 14.jan, 31.jan, 02.fev, 08.fev, 09.fev, 11.fev, 25.fev, 17.mar, 21.mar, 12.abr, 28.abr, 13.mai, 16.mai, 19.mai, 29.jun, 05.jul, 20.jul, 24.jul, 30.jul, 08.ago, 03.set.

“Eu fui desautorizado pelo Supremo Tribunal Federal [durante a pandemia de Covid-19].”

O STF (Supremo Tribunal Federal) não retirou do Executivo o poder de conduzir ações para controlar a pandemia da Covid-19 no Brasil, como afirma Bolsonaro. A corte entendeu, na verdade, que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal. O presidente não poderia, por exemplo, derrubar medidas de isolamento social colocadas em práticas por prefeitos, mas a União não foi impedida de conduzir outras medidas de combate à Covid-19. “O plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões. Ou seja, conforme as decisões, é responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”, afirmou a corte em janeiro de 2021. Em entrevista ao Aos Fatos, Cecilia Mello, especialista em direito administrativo e ex-desembargadora do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), explicou que o STF não excluiu a responsabilidade ou a atuação da União no enfrentamento da Covid-19: “Não houve qualquer suspensão de vigência da lei quanto às competências do presidente e dos órgãos federais para o combate à crise, tampouco foram eles eximidos de seus deveres e atribuições.”

REPETIDA 115 VEZES

Em 2020: 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 16.nov, 17.nov, 27.nov, 15.dez, 24.dez. Em 2021: 14.jan, 15.jan, 27.jan, 28.jan, 03.fev, 04.fev, 05.fev, 08.fev, 11.fev, 12.fev, 19.fev, 20.fev, 22.fev, 23.fev, 26.fev, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 18.mar, 22.mar, 23.mar, 25.mar, 31.mar, 01.abr, 05.abr, 07.abr, 15.abr, 23.abr, 26.abr, 20.mai, 23.mai, 01.jun, 02.jun, 10.jun, 12.jun, 18.jun, 25.jun, 26.jun, 28.jun, 19.jul, 20.jul, 21.jul, 29.jul, 30.jul, 31.jul, 06.ago, 12.ago, 17.ago, 23.ago, 25.ago, 26.ago, 28.ago, 30.ago, 02.set, 10.set, 21.set, 29.set, 30.set, 07.out, 14.out, 21.out, 26.out, 27.out, 07.nov, 11.nov, 25.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 17.dez, 27.dez. Em 2022: 02.fev, 28.fev, 07.mar, 12.mar, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 16.abr, 28.abr, 05.mai, 12.mai, 13.mai, 17.mai, 01.jul, 24.jul, 02.ago, 05.ago, 03.set, 23.set.

“Eu sempre falei que você deve combater sim o vírus, mas também combater o desemprego em nosso país.”

De fato, Bolsonaro tem destacado desde o início da pandemia, em março de 2020, que haveria dois problemas para o Brasil, um de saúde pública e um econômico, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, o Aos Fatos identificou o início de declarações do tipo no dia 15 de março de 2020, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, nunca tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início do surto de Covid-19 no Brasil, tem minimizado os efeitos da doença e criticado suas principais formas de prevenção. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer em discurso que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. O presidente também ataca reiteradamente as vacinas, que afirma serem experimentais e não terem comprovação científica. Por todos esses motivos, sua declaração é falsa.

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23.mar.2020

“Nós não temos como evitar os efeitos do coronavírus.”

Por mais que não haja vacina ou tratamento disponível para cura da Covid-19, não é verdade que não seja possível evitar os seus efeitos. De acordo com especialistas, há duas frentes de atuação: a de prevenção e a de tratamento dos sintomas. Como não há vacina disponível, é preciso evitar a doença tomando medidas de higiene como lavar as mãos com água e sabão, manter ao menos um metro de distância de alguém que esteja tossindo ou espirrando, evitar tocar olhos, nariz e boca e cobrir o nariz e a boca com o braço ou com um lenço ao espirrar e tossir. Caso, no entanto, a pessoa acabe por contrair a doença, é possível adotar medidas que ajudem a combater os sintomas: de acordo com o Departamento de Saúde da Universidade de Harvard, além de repouso e hidratação, pode-se tratar o mal-estar, as febres e as dores com o uso de paracetamol nas quantidades indicadas pela bula. Se apresentar sintomas como febre alta e dificuldades respiratórias, todavia, o paciente deve procurar ajuda médica.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

23.mar.2020

“Ninguém tá demitindo ninguém [por conta do coronavírus].”

A declaração é FALSA, porque, diferentemente do que afirma Bolsonaro, estabelecimentos como bares, restaurantes e lojas já fizeram demissões em massa por conta da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), por exemplo, 5.000 pessoas que trabalham no ramo já perderam seus empregos apenas no Ceará, onde os estabelecimentos estão proibidos de funcionar por decreto publicado pelo governo estadual na última quinta-feira (19). Associações de lojistas também afirmaram que outras demissões devem ocorrer nas próximas semanas. Em reportagem da revista Exame, entidades patronais como a Abrasel e a Ablos (Associação Brasileira das Lojas Satélites) estimam que cerca de 5 milhões de pessoas perderão seus empregos apenas no comércio até o fim do mês de abril.

FONTE ORIGEM

Tema: Coronavírus, Economia. Origem: Entrevista

23.mar.2020

“Esclarecemos que a referida MP, ao contrário do que espalham, resguarda ajuda possível para os empregados. Ao invés de serem demitidos, o governo entra com ajuda nos próximos 4 meses, até a volta normal das atividades do estabelecimento, sem que exista a demissão do empregado.”

A declaração é FALSA, porque, diferentemente do que diz Bolsonaro, a Medida Provisória 927, que flexibiliza as leis trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus, não previa nenhuma ajuda do governo quando o empregado tivesse o seu contrato trabalhista suspenso. Publicada na noite do último domingo (22), a MP trazia no artigo 18 a possibilidade de as empresas suspenderem contratos empregatícios por quatro meses sem pagamento de salário desde que garantissem ao empregado a participação em curso de qualificação online. Segundo o texto, o empregador era quem poderia, se desejasse, conceder ao empregado "ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual".

FONTE ORIGEM

Tema: Coronavírus, Economia. Origem: Twitter

23.mar.2020

“- Determinei a revogacao do art.18 da MP 927 que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário.”

Bolsonaro se contradiz ao admitir que trabalhadores poderiam ficar sem receber salários por causa da Medida Provisória 927, que flexibiliza leis trabalhistas durante a pandemia do novo coronavírus. O artigo 18 da MP previa que empresas pudessem suspender contratos empregatícios por quatro meses, mas Bolsonaro havia dito em seu Twitter que o governo entraria “com uma ajuda” para os trabalhadores suspensos nesse período. O texto da MP, na verdade, não dizia isso – a medida previa que o empregador era quem poderia, se desejasse, conceder ao empregado "ajuda compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de suspensão contratual". O artigo 18, que trazia essa possibilidade, foi revogado horas depois de o presidente ter assinado a MP.

FONTE ORIGEM

Tema: Coronavírus. Origem: Twitter

22.mar.2020

“Essas pessoas que reclamam de mim que não tomei providência, como por exemplo o senhor governador de São Paulo, tem que lembrar que no dia 23 de fevereiro ele tava na Sapucaí no Rio de Janeiro.”

Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro menciona a participação de políticos em eventos públicos para justificar seu comportamento frente ao surto de Covid-19. O governador de São Paulo, João Doria, de fato compareceu ao camarote do governador do Rio, Wilson Witzel, na Sapucaí em 23 de fevereiro. No entanto, naquele dia, ainda não havia nenhum caso confirmado de infecção pelo novo coronavírus no Brasil. O primeiro caso registrado no país foi anunciado pelo Ministério da Saúde dois dias depois, no dia 25. O paciente, internado em São Paulo, tinha histórico de viagem ao exterior. O primeiro caso no estado do Rio de Janeiro foi confirmado alguns dias mais tarde, em 5 de março. Como a recomendação do Ministério da Saúde de evitar contato social e aglomerações ocorreu apenas no dia 13 de março, mais de duas semanas depois, a declaração foi classificada como IMPRECISA.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 22.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

22.mar.2020

“No dia seguinte, [o governador do estado de São Paulo, João Doria] tava no lançamento da CNN com 1.300 pessoas do seu lado.”

Bolsonaro mais uma vez se defende de críticas relacionadas ao seu comportamento durante a pandemia do coronavírus mencionando a festa de lançamento da CNN Brasil, que ocorreu na Oca do Parque Ibirapuera, em São Paulo, no dia 9 de março. O evento de fato contou com a presença de 1.300 convidados, entre eles políticos como o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB). É importante ressaltar, no entanto, que naquele momento ainda não havia a recomendação do Ministério da Saúde de evitar contato social, o que só ocorreu no dia 13 de março, quatro dias depois. Por isso, a declaração foi classificada como imprecisa. No dia 9 de março, o Brasil registrava 25 casos confirmados de coronavírus e 663 casos suspeitos, e a pasta aconselhava, como método de prevenção, medidas básicas de higiene como lavar as mãos regularmente e cobrir a boca e o nariz com o braço na hora de espirrar. Em nota enviada ao Aos Fatos por email, a CNN Brasil explica que “não havia qualquer recomendação ou restrição para a realização de evento público. Por iniciativa da própria CNN Brasil, colocamos no local do evento, vários pontos de uso de álcool em gel à disposição dos convidados”. Também ressalta que não foram identificados, entre os profissionais da emissora e convidados, suspeitos de terem Covid-19.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 22.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

22.mar.2020

“Você não me vê atacando nenhum governador. Nenhum. Zero.”

A declaração é FALSA, porque o presidente tem criticado governadores — principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro — desde o início do surto do novo coronavírus no Brasil. Em live no dia 19 de março, Bolsonaro classificou como exageradas as medidas de isolamento social adotadas por alguns governantes — que incluíam a interrupção de atividades do comércio e o fechamento de shoppings, cinemas e outros espaços com possibilidade de gerar aglomerações. "Uns [governadores] fecharam supermercados, outros querendo fechar aeroportos, outros querendo colocar uma barreira entre os estados, fechando academias. A economia tem que funcionar, caso contrário as pessoas vão ficar em casa sem ter com o que se alimentar”, afirmou à época. No dia seguinte, ele repetiu a crítica: "Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas. Não compete a eles fechar aeroporto, fechar rodovias. Não compete a eles fechar shopping, feiras dos Nordestinos no Rio de Janeiro. O comércio para, o pessoal não tem o que comer". No dia 21 de março, o presidente ainda subiu o tom. Segundo ele, os estados estavam "extrapolando" e o governador de São Paulo, João Doria, seria um "lunático". "Está fazendo política. Está se aproveitando desse momento para querer crescer politicamente", afirmou Bolsonaro.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 22.mar, 26.mar, 31.mar, 02.abr, 30.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

21.mar.2020

“- Reconheço a seriedade do momento e o temor de muitos brasileiros ante à ameaça do coronavírus.”

Apesar de dizer que reconhece a seriedade do momento no Brasil e no mundo em razão da pandemia do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro minimizou em diversos momentos anteriores o impacto do vírus na saúde pública brasileira e menosprezou recomendações de autoridades como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o próprio Ministério da Saúde. Por isso, a declaração é CONTRADITÓRIA. Em entrevista coletiva no dia 20 de março, Bolsonaro classificou a Covid-19 como uma “gripezinha”. No dia seguinte, ele refutou a afirmação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que haveria um colapso no sistema de saúde brasileiro e manteve seu discurso de que a doença era inofensiva. “E pode ter certeza que para 60% dos brasileiros não será nem uma gripezinha, não será nada, nem tomarão conhecimento.” Em outras ocasiões, Bolsonaro já havia afirmado que a doença, que vitimou até agora cerca de 14 mil pessoas no mundo, seria menos mortal que alguns surtos de gripe. Dados mostram, no entanto, que o coronavírus é mais letal do que a gripe H1N1, cujo surto global ocorreu em 2009. À época, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%. No caso da Covid-19, essa taxa de mortalidade gira em torno de 1% até o momento. As ações de Bolsonaro ao longo das últimas semanas também contradizem a sua fala de que reconhece a seriedade da pandemia. No dia 15 de março, por exemplo, quando o Ministério da Saúde já havia recomendado o isolamento social para evitar a disseminação do vírus, o presidente apareceu à porta do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores, que participavam de um ato pró-governo naquele dia. A estimativa é que Bolsonaro tenha mantido contato com cerca de 270 pessoas na ocasião.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 21.mar, 16.abr, 13.mai, 19.mai, 15.jul.

Tema: Coronavírus. Origem: Twitter

21.mar.2020

“O que nós fizemos no parlamento foi o estado de emergência, o estado de calamidade, então estamos autorizados a gastar além do teto tudo que for necessário para combatermos o coronavírus.”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, porque o estado de calamidade pública, previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), permite apenas o descumprimento da meta fiscal estabelecida na LOA (Lei Orçamentária Anual). Essa informação foi inclusive reiterada pela equipe econômica do governo. Em entrevista coletiva no dia 17 de março, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o estado de calamidade pública não elimina a necessidade do cumprimento do teto de gastos. Em vigor desde o fim de 2016, o teto de gastos limita por 20 anos o crescimento das despesas federais à inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com a possibilidade de alterar o indexador após dez anos. A regra, no entanto, permite que gastos extras para combater a Covid-19 sejam pedidos por meio de crédito extraordinário. Esse mecanismo, válido desde 2016, foi pensado para permitir a execução de gastos públicos em situações emergenciais.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 4 VEZES. Em 2020: 21.mar, 26.mar, 29.mar, 30.abr.

Tema: Congresso, Coronavírus. Origem: Entrevista

21.mar.2020

“Para mais de 60% dos brasileiros não será nada, nem tomarão conhecimento, nem sentirão caso venham a ser infectados.”

Ainda não há dados conclusivos sobre qual a proporção de casos assintomáticos entre os infectados pelo novo coronavírus, por isso a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Uma reportagem do jornal South China Morning Post publicada no dia 22 de março afirmou que, de acordo com informações confidenciais das autoridades chinesas, até 30% dos infectados pelo vírus no país pode não ter apresentado sintomas. Epidemiologistas do Japão chegaram a uma porcentagem parecida de casos sem sintomas (30,8%) ao analisar dados de cidadãos japoneses evacuados da China no começo da pandemia. Já um artigo de pesquisadores chineses (ainda não revisado por outros acadêmicos) estima que 59% dos casos de Wuhan, cidade onde a pandemia começou, podem não ter sido detectados. Esse número "potencialmente inclui casos assintomáticos ou com sintomas leves", escrevem. Um número maior apareceu em um trabalho de pesquisadores dos EUA, Reino Unido e China: analisando casos de 10 a 23 de janeiro na China, eles estimam que 86% dos infectados não tenham sido detectados. Isso, porém, não significa necessariamente que todos esses casos eram assintomáticos – pode indicar, por exemplo, a escassez de testes para a doença na época, como escrevem os próprios cientistas.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 19.mar, 20.mar, 21.mar, 24.mar, 26.mar, 01.abr, 14.dez.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

20.mar.2020

“Eu estou bem. Eu fiz dois testes [para detecção do coronavírus].”

Apesar de Bolsonaro ter informado que seus dois testes de Covid-19 teriam dado resultados negativos, o presidente não apresentou nenhum resultado laboratorial para provar tal afirmação. Como a informação não tem como ser confirmada por outro meio, a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 17.mar, 18.mar, 20.mar, 27.mar.

Tema: Coronavírus, Família Bolsonaro. Origem: Entrevista

20.mar.2020

“Já passei pelo segundo teste e deu negativo.”

Apesar de Bolsonaro ter informado que seus dois testes de Covid-19 teriam dado resultados negativos, o presidente não havia apresentado, na época da declaração, nenhum resultado laboratorial para provar tal afirmação. Como a informação não poderia ser confirmada por outro meio, a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 17.mar, 18.mar, 20.mar, 27.mar.

Tema: Coronavírus, Família Bolsonaro. Origem: Entrevista

20.mar.2020

“Você já pode ter sido contaminado em dezembro, em janeiro, e era assintomático, não deu nem uma coriza, nada, em você, e você tá agora como um elemento tranquilo,que pode vir o cara tossir na tua cara que não tem problema nenhum.”

A declaração de Bolsonaro é INSUSTENTÁVEL, porque cientistas ainda não concluíram se uma pessoa pode ou não ser infectada uma segunda vez pelo novo coronavírus. Segundo reportagem do New York Times, há relatos de pacientes no Japão e na China que receberam resultados positivos de infecção depois de já terem se curado. Não se sabe, no entanto, se a carga viral teria baixado em determinado momento e voltado a crescer dias depois, ou se o paciente foi, de fato, reinfectado. Um estudo conduzido pela Universidade de Columbia em macacos, no entanto, mostrou que os animais, após se recuperarem da Covid-19 e serem reintroduzidos ao vírus, não mostraram sintomas novamente. De acordo com a pesquisadora responsável, a virologista Angela Rasmussen, o resultado é "um bom presságio para o desenvolvimento da vacina, porque isso sugere que o vírus — ou proteínas virais — podem provocar uma resposta imune".

FONTE ORIGEM

REPETIDA 3 VEZES. Em 2020: 20.mar, 01.abr, 12.mai.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

20.mar.2020

“Assim é mais da metade do povo [assintomático com relação ao coronavírus].”

Ainda não há dados conclusivos sobre qual a proporção de casos assintomáticos entre os infectados pelo novo coronavírus, por isso a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Uma reportagem do jornal South China Morning Post publicada no dia 22 de março afirmou que, de acordo com informações confidenciais das autoridades chinesas, até 30% dos infectados pelo vírus no país pode não ter apresentado sintomas. Epidemiologistas do Japão chegaram a uma porcentagem parecida de casos sem sintomas (30,8%) ao analisar dados de cidadãos japoneses evacuados da China no começo da pandemia. Já um artigo de pesquisadores chineses (ainda não revisado por outros acadêmicos) estima que 59% dos casos de Wuhan, cidade onde a pandemia começou, podem não ter sido detectados. Esse número "potencialmente inclui casos assintomáticos ou com sintomas leves", escrevem. Um número maior apareceu em um trabalho de pesquisadores dos EUA, Reino Unido e China: analisando casos de 10 a 23 de janeiro na China, eles estimam que 86% dos infectados não tenham sido detectados. Isso, porém, não significa necessariamente que todos esses casos eram assintomáticos – pode indicar, por exemplo, a escassez de testes para a doença na época, como escrevem os próprios cientistas.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 19.mar, 20.mar, 21.mar, 24.mar, 26.mar, 01.abr, 14.dez.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

20.mar.2020

“(...) que são os mais propensos a contrair o vírus [os idosos].”

A declaração de Bolsonaro é FALSA. Os grupos de risco — idosos e pessoas com comprometimento prévio de saúde — determinados por autoridades internacionais têm a mesma chance de contrair a Covid-19 do que os que são jovens e saudáveis. A diferença, segundo explica a OMS, é a possibilidade de contrair formas graves da infecção, que podem vir a ser fatais. A informação também foi desmentida ao Aos Fatos pelo Ministério da Saúde. Em nota, a pasta afirmou que "O risco de infecção não depende da faixa etária, ela influencia no risco de óbito. Regiões com população envelhecida estão mais susceptíveis a apresentarem elevado número de óbitos pelo Covid-19".

FONTE ORIGEM

REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 16.mar, 20.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

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