“A mídia batia em mim. Grande parte da mídia achava que ele [Cesare Battisti] era um pobre coitado.”
Não é verdade que a mídia defendia Cesare Battisti ou, como disse Bolsonaro, que ele fosse "um pobre coitado". Em 2009, quando o então presidente Lula decidiu conceder asilo político ao italiano, os três principais jornais do país publicaram textos contrários à ação. A Folha de S.Paulo disse que a Itália exagerava em suas reações no caso Battisti, mas que "o Executivo brasileiro, numa decisão infeliz, expôs o Brasil, voluntária e gratuitamente, ao risco de incidente diplomático. Ao conceder refúgio político ao ex-integrante de um grupo terrorista de esquerda, o ministro da Justiça, Tarso Genro, alegou "fundado temor de perseguição". Já o Estadão classificou a defesa de Battisti como uma "bobagem". Segundo o jornal, deveria prevalecer a decisão de extraditar Battisti, uma vez que o entendimento de que o italiano deveria ser considerado refugiado político era uma "decisão baseada unicamente em afinidade ideológica". Por fim, o jornal O Globo também foi contra a decisão, dizendo que o caso não se assemelhava "a uma republiqueta ou a um Estado ditatorial perseguindo um cidadão, um dos pressupostos consagrados internacionalmente para a concessão de asilo político". O título do editorial, inclusive, foi "Contra o terrorismo".