“A ivermectina, que é um comprimido azul, da Annita, tem gente que diz, o Marcos Pontes, nosso ministro da Ciência e da Tecnologia, tem testado isso com protocolo da Anvisa em alguns hospitais, e tem dado resultado também.”
Por mais que, de fato, haja protocolo em andamento que estuda o potencial antiviral do vermífugo nitazoxanida (Annita) no tratamento da Covid-19, a declaração do presidente foi considerada INSUSTENTÁVEL, já que não há resultados conclusivos de que o remédio seja realmente eficaz contra a doença. No dia 19 de abril, o ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, Marcos Pontes, anunciou que testes com o composto haviam identificado redução de 94% da carga viral do novo coronavírus em células in vitro. A Anvisa liberou o estudo do composto em humanos ainda naquele mês. Em maio, Pontes anunciou a segunda fase dos testes do medicamento para verificar o uso profilático, mas resultados ainda não foram apresentados. Também não há resultados conclusivos no caso do ivermectina, outro vermífugo citado pelo presidente na declaração. Promessas de cura a partir da droga surgiram no início de abril, quando uma pesquisa publicada na Antiviral Research apontou que ela teria servido como inibidor do Sars-CoV-2 em células em laboratório. Porém, o próprio estudo concluiu que, para chegar ao mesmo efeito identificado in vitro, a dose em humanos seria bem maior do que a aprovada hoje pelas agências reguladoras, o que poderia ter um efeito neurotóxico. Em seu portal oficial, a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA) afirma expressamente que o remédio não é indicado no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.
REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 11.jun.