“Há pouco, conversei com o dr. Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade e compromisso com o Juramento de Hipócrates, ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina, bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos.”
A declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL, porque, ainda que o médico cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio-Libanês, tenha se tratado com hidroxicloroquina e administrado a droga a outros pacientes internados com Covid-19, não há dados que mostrem que todos foram curados, ou, ainda, que tenham tido melhora clínica devido ao medicamento. Em entrevista à Folha de S.Paulo, um dos médicos que atendeu o cardiologista, Carlos Carvalho, afirmou que não é possível determinar se a hidroxicloroquina foi a responsável pela cura de Kalil. "Não há como dizer que foi a cloroquina que ajudou o Kalil. Ele tomou outros remédios além dela. (...) Eu mesmo tive coronavírus, tomei Novalgina e outros remédios e estou curado. Vou dizer que a Novalgina cura coronavírus?”. O próprio Kalil, ao se pronunciar sobre o assunto, reforçou que não tomou só a hidroxicloroquina, mas também vários outros medicamentos, e que não é possível saber se a droga teve alguma participação efetiva em sua recuperação. Questionada a respeito da taxa de melhora clínica de pacientes com Covid-19 submetidos ao tratamento com o medicamento, a assessoria do Sírio-Libanês afirmou que "não divulga informações sobre os seus pacientes e seus respectivos tratamentos. Para dados sobre o uso de hidroxicloroquina, aguardamos os resultados dos estudos que estão em andamento".