“Após ouvir médicos, pesquisadores e chefes de Estado de outros países, passei a divulgar, nos últimos 40 dias, a possibilidade de tratamento da doença desde sua fase inicial.”
A informação é FALSA, porque a primeira menção pública do presidente ao uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 foi em 19 de março — há 20 dias, portanto. Em transmissão ao vivo no Facebook, Bolsonaro afirmou que “Os Estados Unidos liberou remédio com potencial para tratar do coronavírus". Na época, o presidente americano, Donald Trump, havia requisitado à FDA (Food and Drug Administration, agência sanitária americana) que estudasse o potencial da cloroquina e da hidroxicloroquina, usadas no tratamento de doenças como a malária e o lúpus, em pacientes com Covid-19. O nome do medicamento foi citado expressamente por Bolsonaro pela primeira vez no dia seguinte, 20 de março. Durante entrevista na porta do Palácio do Planalto, ele afirmou: “Conversei hoje com o almirante Barra [Torres], médico, presidente da Anvisa, sobre hidroxicloroquina. (...) Num primeiro momento, em laboratório, deu certo essa questão". Aos Fatos não identificou declarações de Jair Bolsonaro a respeito das drogas em 29 de fevereiro, há 40 dias do pronunciamento desta quarta-feira. Naquele mês, a Folha de S.Paulo noticiou que o presidente havia decidido delegar a maior parte da comunicação a respeito da doença a auxiliares, como o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. E, por mais que um estudo chinês já tivesse demonstrado que a hidroxicloroquina poderia ser eficiente no tratamento da Covid-19 por meio de um experimento in vitro, o teste clínico que levou a comunidade médica a considerar o medicamento como alternativa terapêutica só foi finalizado no dia 16 de março.
REPETIDA 3 VEZES. Em 2020: 08.abr.