“- Não há mudança de tom quando se fala em salvar vidas após alertar sobre histeria, como sugere determinada emissora. ”
Diferentemente do que afirma Bolsonaro, houve, sim, uma mudança de tom com relação a suas falas anteriores e no pronunciamento que fez em cadeia nacional de rádio e televisão no dia 31 de março, por isso a declaração foi classificada como FALSA. Se no pronunciamento, o presidente disse que sua preocupação sempre foi salvar vidas, em mais de uma ocasião anteriormente, ele havia afirmado em tom de tranquilidade que pessoas morreriam em razão da Covid-19. Em entrevista à Band no dia 27 de março, por exemplo, o presidente disse que “Alguns vão morrer? Vão, ué, lamento. Essa é a vida”. No domingo (29), tornou a repetir a declaração: “Todos nós iremos morrer um dia”. Bolsonaro também teve atitudes ao longo do último mês que mostram que não dava a devida importância à pandemia que atinge o país. Ele se manifestou em diversas ocasiões, por exemplo contra a medida de isolamento social que vem sendo adotada por diversos estados do país como forma de achatar a curva de contágio de Covid-19 e diminuir os riscos de contaminação de grupos mais suscetíveis a quadros graves da doença, como idosos ou pessoas com problemas de saúde preexistentes. Bolsonaro também já descumpriu orientações de isolamento: no dia 15 de março, ainda sem ter recebido o resultado do teste que certificaria de que não estava contaminado com o novo coronavírus, o presidente saiu para cumprimentar apoiadores à porta do Palácio do Planalto. Ali, teve contato com uma aglomeração de cerca de 270 pessoas, de acordo com estimativas do Estadão.