“Não existe nenhum decreto meu decretando nada no tocante a sigilo, nada, zero.”
Para se defender de críticas em relação aos sigilos impostos em seu governo, Bolsonaro argumenta que, em nenhum momento, teria assinado um decreto presidencial para classificar alguma informação como sigilosa. Isso, no entanto, é uma maneira de tentar distorcer a expressão "decretar sigilo", utilizada para se referir a gestores que impedem que uma determinada informação seja divulgada ao público. Sigilos de documentos não são impostos via decreto, mas por termos assinados por autoridades de órgãos públicos para negar acesso a determinadas informações, como determina a Lei de Acesso à Informação (Lei nº12.527/2011). O governo federal impôs o sigilo, por exemplo, sobre o cartão de vacinação de Bolsonaro, sobre as informações de acesso do vereador Carlos Bolsonaro (Republicados-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Palácio do Planalto e também de grande parte das informações do cartão corporativo do presidente. Por fim, a fala de Bolsonaro omite ainda que, logo no início de seu governo, Bolsonaro assinou o decreto 9.690/2020, que ampliava o número de autoridades com competência para classificar informações como ultrassecretas, mas foi derrubado pelo Congresso Nacional.
REPETIDA 2 VEZES. Em 2022: 15.set, 29.set.