“Não houve suspensão da minha parte [da compra da CoronaVac]. ”
Confrontado pelos apresentadores sobre o fato de ter ordenado a suspensão da compra da CoronaVac em outubro de 2020, o presidente nega ter pedido ao Ministério da Saúde que interrompesse as negociações para a aquisição do imunizante. Isso, no entanto, é falso. No dia 20 de outubro daquele ano, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello assinou um protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. No dia seguinte pela manhã, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro negou em suas redes sociais que o governo federal negociaria o imunizante: "A vacina chinesa de João Doria, qualquer vacina antes de ser disponibilizada à população, deve ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, disse em postagem, apesar de o governo federal já ter assinado um contrato de compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, que também não tinha divulgado até o momento dados sobre eficácia. Na tarde do mesmo dia, em visita a um centro militar, o presidente reforçou: "Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade". Em vídeo gravado ao lado de Bolsonaro no dia 22, por fim, Pazuello, que havia sido diagnosticado com Covid-19, afirmou: "Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece". Posteriormente, no entanto, o governo federal negociou a aquisição da vacina para a campanha de imunização contra a Covid-19.