“Eu peguei a revista Exame, se eu não me engano, que fazia uma correlação de vírus, Covid, com AIDS. E eu mostrei essa correlação na live da revista Exame. Pra dizer o seguinte, né? Que pessoas que foram vacinadas teriam mais facilidade em contrair HIV do que não vacinadas. A revista Exame. ”
Bolsonaro faz menção a um episódio ocorrido em outubro de 2021, quando difundiu, em uma das suas lives, a desinformação de que vacinas aumentariam o risco de infecção pelo HIV. Apesar de afirmar que estaria lendo o título de uma matéria da revista Exame, o presidente apareceu na transmissão ao vivo com a reprodução de um texto do blog Before It's News, conhecido por propagar desinformação. Não há, ao longo da live, qualquer menção à revista Exame, que veiculou, em 2020, informações sobre um artigo publicado no periódico científico Lancet sobre a possível relação entre um tipo específico de adenovírus usado em algumas vacinas contra a Covid-19 e uma maior chance de infecção pelo HIV. O texto, no entanto, além de não ser conclusivo, citava apenas o adenovírus de número 5, usado em vacinas não aprovadas no Brasil, como a Sputnik V. É importante ressaltar ainda que os autores baseiam suas hipóteses não em estudos sobre a vacina contra a Covid-19, mas em análises feitas em 2007 na busca por possíveis vacinas contra a Aids. Não há nenhum indício de que qualquer uma das vacinas contra a Covid-19 aumente o risco de infecção pelo vírus HIV. Em decorrência das alegações, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a abertura de um inquérito em dezembro de 2021.
REPETIDA 5 VEZES. Em 2021: 11.dez. Em 2022: 18.jul, 08.ago, 30.dez.