“Isso tudo, as primeiras tratativas [sobre a usina hidrelétrica de Itaipu] começaram ainda lá atrás, no governo do Marechal Castelo Branco.”
As negociações entre Brasil e Paraguai para o aproveitamento do potencial do rio Paraná começaram em 1962, durante o governo de João Goulart (1961-1964), segundo o CPDOC da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Naquele ano, Jango contratou um engenheiro que realizou o primeiro anteprojeto de uma usina no rio. O Paraguai protestou contra a ideia de exploração unilateral dos recursos, advertindo que o trabalho de demarcação de fronteiras na área em torno da cachoeira não havia sido concluído. O governo admitiu formalmente iniciar negociações, mas não levou adiante o empreendimento. Em 1965, sob o governo de Marechal Castelo Branco, o Paraguai voltou a reivindicar seus direitos e os países acabaram assinando, no ano seguinte, a Ata de Iguaçu. O documento estabeleceu o regime de condomínio sobre os recursos hidráulicos do rio Paraná no trecho de 190 km desde o Salto Grande de Sete Quedas até a confluência com o rio Iguaçu. A energia elétrica eventualmente produzida nesse trecho seria dividida em partes iguais. Mas foi apenas em 1973, no governo Médici, que foi assinado o Tratado de Itaipu, que previu a construção e a operação da usina hidrelétrica de mesmo nome no rio Paraná, cerca de 14km ao norte da cidade de Foz de Iguaçu.