“Ah, não tem comprovação científica [o tratamento precoce]... A vacina também não tinha. Era experimental ainda.”
Bolsonaro retoma um argumento falso de que as vacinas contra a Covid-19 que começaram a ser utilizadas em 2021 teriam sido aprovadas mesmo ainda sendo experimentais. Os quatro imunizantes aplicados na época (CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen) foram submetidos às três fases de testes, incluindo a etapa de estudos clínicos em humanos, e tiveram seus dados de eficácia e segurança escrutinados e validados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O termo “experimental” havia sido incluído no relatório técnico da Anvisa que validou, em janeiro de 2021, o uso dos imunizantes CoronaVac e AstraZeneca antes de ser concluída a fase 3 dos dois estudos. Porém, essas etapas já haviam sido encerradas. As vacinas AstraZeneca e Pfizer tinham registros definitivos na Anvisa. A CoronaVac e a Janssen possuía aprovação para uso emergencial — o que não significa que elas fossem “vacinas experimentais”. A CoronaVac, por exemplo, passou por estudos clínicos de fases 1, 2 e 3, que atestaram a segurança, a resposta imunológica e a eficácia do imunizante — e que basearam a decisão unânime da Anvisa em janeiro deste ano. Além disso, estudos envolvendo a aplicação em larga escala do imunizante, em Serrana (SP) e no Chile, apontaram que a CoronaVac foi capaz de reduzir a circulação do vírus. Já o chamado "tratamento precoce", envolve o uso de medicações como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina contra o novo coronavírus, nunca se mostrou eficaz no combate à doença.