“Ninguém inventou isso, numa bola de cristal não teve, liga pra embaixadores de fora do Brasil, liga para médicos pelo Brasil, por que que na África Subsaariana não está morrendo ninguém de Covid? O povo tem o IDH lá embaixo. Tinha tudo pra morrer, porque está com seu organismo debilitado. Ah, porque tomavam um remédio lá pra combater a malária e para combater a cegueira dos rios. E, por coincidência, servia para aquilo também. ”
Ao defender o uso da hidroxicloroquina e de outros medicamentos, como a ivermectina, contra a Covid-19, Bolsonaro tem mencionado o suposto sucesso de países do continente africano, em especial da África Subsaariana, que, ao usar os remédios, evitariam a infecção pelo coronavírus. A declaração, no entanto, é insustentável, porque, além de haver evidências científicas que apontam que as drogas não são eficazes contra a Covid-19, há diversas teorias que explicam o baixo número de notificações no continente africano e nenhuma delas faz menção aos medicamentos. Em artigo publicado no site The Conversation, a equipe de pesquisadores sobre Covid-19 da Academia Africana de Ciências afirma que um dos fatores que podem explicar o baixo número de mortes é a idade geral da população, muito mais baixa do que a registrada em países europeus, por exemplo, onde a expectativa de vida é mais alta. Outro ponto são os baixos índices de testagem, que levam a uma subnotificação de casos e mortes. Há, ainda, a hipótese de que parte da população do continente tenha simplesmente uma resposta imune melhor do que a do restante do mundo por fatores genéticos ou pela exposição anterior a outros patógenos.
REPETIDA 30 VEZES. Em 2020: 04.set, 08.out, 19.out, 28.out, 29.out, 04.nov, 11.nov, 16.nov, 26.nov, 27.nov, 29.nov, 02.dez, 03.dez, 10.dez, 14.dez, 15.dez, 18.dez, 19.dez, 24.dez, 28.dez, 31.dez. Em 2021: 12.jan, 15.jan, 19.mar, 07.abr. Em 2022: 15.jul, 13.ago.