“Uma das sugestões das Forças Armadas, sugestões, não tem nada a ver com sigilo de eleição, é que no final, depois de 17h, quando se encerram as eleições e os dados vêm pela internet para cá e tem um cabo no final que alimenta a sala secreta do Tribunal Superior Eleitoral. Dá pra acreditar nisso? Uma sala secreta? Onde meia dúzia de técnicos dizem ali no final: 'olha, quem ganhou foi esse'. Uma das sugestões é que esse mesmo duto que alimenta a sala secreta, os computadores, seja feito uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos um do lado, um computador também das Forças Armadas para contar os votos no Brasil.”
Não existe uma “sala secreta” onde é decidido o resultado das eleições, como afirma Bolsonaro. A contabilização dos votos é acompanhada por partidos políticos, pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e por outras entidades fiscalizadoras, que podem apontar eventuais problemas ou inconsistências no processo. Como explica o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a totalização dos votos é feita automaticamente por um programa da Justiça Eleitoral, que checa e soma os dados criptografados enviados pelos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais). Além disso, os interessados em fiscalizar a votação podem se inscrever para acompanhar o desenvolvimento dos sistemas, participar do teste público de segurança, acompanhar a preparação das urnas e o teste de integridade da votação. Além disso, Bolsonaro se refere a ofícios enviados pelas Forças Armadas ao TSE, como parte dos trabalhos da Comissão de Transparência Eleitoral, que não estão sob sigilo nem trazem sugestões de aprimoramento na segurança das urnas eletrônicas. Neles, as Forças Armadas não fazem sugestões, mas sim perguntas sobre a estrutura de funcionamento do tribunal, das urnas e do processo eleitoral como um todo. Os três documentos, compilados juntamente com as respectivas respostas redigidas pelo TSE, estão disponíveis na íntegra no site do tribunal. Por todos esses motivos, a declaração é falsa.