Um vídeo que mostra uma festa na favela do Vidigal, no Rio Janeiro, não retrata uma comemoração após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), para a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), em novembro de 2023, como alegam publicações nas redes. O registro, na realidade, mostra uma festa clandestina no Vidigal em fevereiro de 2021, quando o presidente era Jair Bolsonaro (PL).
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 40 mil visualizações no TikTok, além de centenas de curtidas e compartilhamentos no Instagram e no Facebook, respectivamente, nesta quarta-feira (13), data em que Dino foi sabatinado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. As peças enganosas circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
Festa do Tráfico no Vidigal RJ. Sabem que a vitória de Dino [para o STF] é certa
Posts nas redes enganam ao difundir uma filmagem que mostra uma festa na favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 2021, como se a gravação tivesse sido feita após a indicação do ministro Flávio Dino ao STF em novembro de 2023, o que é falso. O evento aconteceu em um albergue com vista para a orla das praias do Leblon e de Ipanema e foi registrado pela Globo a partir de um helicóptero.
Já a indicação de Flávio Dino ao STF foi feita pelo presidente Lula em 27 de novembro deste ano. O Aos Fatos não localizou registros na imprensa que mostrassem festas no mesmo local e que tivessem sido feitas para celebrar a indicação de Dino ao STF.
Peças de desinformação envolvendo Dino se tornaram recorrentes assim que o ministro foi indicado por Lula a uma vaga no STF. Em checagens anteriores, Aos Fatos mostrou ser falso, por exemplo, que Dino afirmou em carta ao Senado que iria abandonar o comunismo. Outro conteúdo desinformativo é um vídeo mostrando imagens de uma discussão entre militares sobre o 8 de janeiro — que, ao contrário do que afirmam as peças enganosas, não faz parte das imagens apagadas das câmeras do Ministério da Justiça.