Publicações nas redes sociais (veja aqui) falseiam ao alegar que a Venezuela não doou oxigênio hospitalar ao Brasil, como anunciou o governo de Nicolás Maduro na semana passada. Segundo essas postagens, o carregamento teria sido cedido por uma filial da White Martins no país vizinho. Mas, na realidade, além do envio feito pela empresa, há uma outra doação que de fato é capitaneada por uma fábrica estatal venezuelana.
A peça de desinformação reunia ao menos 22.070 compartilhamentos no Facebook nesta segunda-feira (18) e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).
“A empresa brasileira White Martins está importando de sua filial na Venezuela o estoque de oxigênio para Manaus. Não é a Venezuela que está doando. Só pra ficar claro okay.”
Não é verdade que a doação de oxigênio a Manaus anunciada pelo governo da Venezuela na semana passada seja, na realidade, uma iniciativa da White Martins. A empresa de fato atua para importar o gás de sua filial no país vizinho para atender unidades de saúde do Amazonas, mas há sim uma outra doação que é capitaneada por uma estatal venezuelana.
O oxigênio doado pelo governo da Venezuela vem de uma fábrica da estatal SIDOR (Siderúrgica del Orinoco Alfredo Maneiro) em Puerto Ordaz, no Estado de Bolívar. A planta fica a 1.500 km de Manaus, e imagens dos caminhões a 300 km da fronteira com o Brasil foram divulgadas neste domingo (17), pelo Opera Mundi. O comboio cruzou a fronteira com o Brasil na tarde desta segunda-feira, com 132 mil metros cúbicos de oxigênio, informou o G1.
Além disso, as informações sobre o envio da ajuda humanitária foram constantemente atualizadas pelo perfil do Consulado da Venezuela em Manaus, no Twitter, nos últimos dias.
O caso. No dia 14 de janeiro, o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, disse em seu perfil no Twitter que, por instrução de Nicolás Maduro, teria tido uma conversa com o governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para fornecer todo o oxigênio que fosse necessário. O governador agradeceu a mensagem.
Ao Opera Mundi, Jorge Arreaza afirmou na última sexta-feira (15), que o primeiro carregamento de oxigênio para o Amazonas havia sido autorizado e seria despachado ainda naquele dia. A informação foi repetida pelo ministro à Revista Brasil TVT neste domingo. A oferta do insumo ao Brasil virou alvo de críticas de opositores de Maduro, informou a Folha.
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