Jovens que dançam música pró-Maduro em vídeo são integrantes de movimento popular, não pesquisadores da USP

Por Marco Faustino

27 de fevereiro de 2024, 15h29

Não são pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), e sim integrantes do movimento Levante Popular da Juventude, os jovens que aparecem em vídeo cantando e dançando uma música de apoio ao ditador venezuelano Nicolás Maduro. Procurado pelo Aos Fatos, o Monitor do Debate Político no Meio Digital, grupo de pesquisa da universidade paulista citado pelas publicações enganosas, negou que qualquer um de seus integrantes apareça na gravação.

Publicações que disseminavam o vídeo acompanhado do contexto enganoso acumulavam 10 mil curtidas no Instagram até a tarde desta terça-feira (27).

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Selo falso

[Vídeo mostra] pesquisadores da USP

Posts compartilham vídeo que mostra jovens do Levante Popular da Juventude cantando música de apoio a Nicolás Maduro com legenda enganosa que os identifica como pesquisadores da USP

Publicações nas redes enganam ao identificar como pesquisadores da USP os indivíduos que aparecem em um vídeo cantando e dançando uma música de apoio a Maduro. Trata-se, na verdade, de militantes do Levante Popular da Juventude. A homenagem do grupo ao ditador venezuelano foi publicada no perfil oficial do movimento em fevereiro de 2014.

As peças de desinformação, que compartilham o vídeo acompanhado de uma manchete do jornal O Globo, usam a filmagem para tentar descredibilizar pesquisadores do Monitor do Debate Político no Meio Digital da universidade paulista. Procurado pelo Aos Fatos, o professor Pablo Ortellado, um dos coordenadores do grupo, negou que qualquer um dos integrantes esteja entre os indivíduos que aparecem na gravação.

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A USP tem sido atacada nas redes desde o último domingo (25), quando o Monitor do Debate Político no Meio Digital divulgou uma estimativa de público do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo. Com base em imagens aéreas, os pesquisadores calculam que cerca de 185 mil pessoas compareceram ao evento.

Bem inferior à divulgada pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) — que apontou que 750 mil foram à manifestação —, a estimativa dos pesquisadores da USP tem gerado disputa e desinformação nas redes.

Referências:

1. A Agência
2. YouTube
3. Facebook
4. O Globo
5. CNN Brasil
6. Aos Fatos

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