É montagem o registro de uma reportagem do g1 que mostra um suposto pedido do editor do site para que o repórter inclua uma informação favorável ao presidente Lula (PT) no texto. Um registro da notícia original salvo na Wayback Machine antes da criação da peça de desinformação atesta que o suposto recado foi incluído de forma fraudulenta.
A montagem acumulava ao menos mil compartilhamentos no Facebook e mil curtidas no Instagram até a tarde desta quarta-feira (17). As peças de desinformação também circulam no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
EDITOR [do g1]: incluir subtítulo favorável ao presidente, remover frases do presidente que possam prejudicar a sua imagem, acrescentar viés pró-Lula e contra o Moro.
Resulta de uma montagem o print de uma notícia publicada pelo g1 que mostra uma suposta nota do editor ao repórter pedindo a inclusão no texto de um “subtítulo favorável ao presidente” e com “viés pró-Lula e contra o Moro”. A mensagem não consta no link da reportagem original, publicada em 12 de abril, e também não aparece em nenhuma das versões do texto salvas na ferramenta Wayback Machine.
O texto compartilhado pelas peças de desinformação repercute uma declaração do presidente Lula, que afirmou que, se pudesse, faria um decreto proibindo a mentira no Brasil. A linha fina ou subtítulo – frase que aparece logo após o título, e onde supostamente constaria o recado do editor – diz: “Presidente afirmou ainda que sua prisão na Operação Lava Jato ocorreu em razão de 'uma das maiores mentiras do país', e que a história vai provar sua posição”.
Por meio do código-fonte da matéria original, é possível verificar que o texto foi publicado às 20h54 e atualizado às 21h54 do mesmo dia. No print falso, há a informação de que a última atualização da reportagem teria ocorrido “há um dia” — o que indica que a peça de desinformação foi criada entre as 22h do dia 13 e as 22h do dia 14.
A Wayback Machine, no entanto, possui um registro da reportagem salvo às 22h06 de 12 de abril — cerca de um dia antes da criação da peça de desinformação. Nele, é possível ver que a linha fina original já estava publicada naquele momento.
Essa não é a primeira vez que publicações nas redes compartilham notícias falsas do g1. Como Aos Fatos já mostrou, há sites especializados na criação de textos falsos do portal, que também podem ser produzidos com conhecimentos básicos de programação. Por isso, é recomendado aos usuários que sempre busquem as notícias originais no site citado.