🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que Justiça negou pedido de prisão de Bolsonaro em caso de joias sauditas

Por Bianca Bortolon

17 de agosto de 2023, 15h37

Não é verdade que a Justiça negou um pedido de prisão contra Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias recebidas do governo da Arábia Saudita com a justificativa de que há “provas insuficientes” sobre a participação do ex-presidente, como alegam peças de desinformação nas redes. Questionados pelo Aos Fatos, o MPF (Ministério Público Federal) de São Paulo e o STF (Supremo Tribunal Federal) negaram a existência de um pedido de prisão de Bolsonaro. A Polícia Federal disse que não comenta casos em andamento.

Posts com o conteúdo enganoso acumulavam 30 mil curtidas no Instagram, 2.500 compartilhamentos no Facebook e 130 mil visualizações no Kwai até a tarde desta quinta-feira (17).


Selo falso

Revolta no TSE Justiça nega pedido de prisão de Bolsonaro. Caso das joias não é prova suficiente para pr3nd3r Bolsonaro, diz Justiça. Bolsonaro comemora vitória com pedido negando e ele diz “Tenta outra”

Print mostra vídeo com foto de Bolsonaro ao fundo e legenda: ‘Revolta no TSE Justiça nega pedido de prisão de Bolsonaro. Caso das joias não é prova suficiente para prender Bolsonaro, diz Justiça. Bolsonaro comemora vitória com pedido negando e ele diz Tenta outra’

Publicações nas redes enganam ao alegar que um suposto pedido de prisão contra Bolsonaro no contexto das investigações sobre as joias sauditas teria sido negado pela Justiça por falta de provas. Consultados pelo Aos Fatos, o MPF-SP negou a existência de tal pedido e o STF e a PF informaram sobre as últimas movimentações do caso, onde não constam pedidos de prisão.

Em nota, o STF — responsável pelas investigações — afirmou que a movimentação mais recente sobre o caso foi a autorização do ministro Alexandre de Moraes a um pedido de busca e apreensão em endereços do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, do advogado Frederick Wassef e do tenente Osmar Crivelatti, aliados de Bolsonaro e suspeitos de auxiliar o ex-presidente no suposto desvio de presentes recebidos de chefes de Estado. Não há qualquer menção a um pedido de prisão contra o ex-chefe do Executivo no texto enviado pela Corte.

O MPF-SP negou a existência de qualquer pedido de prisão e afirmou que a última movimentação do caso no órgão foi o envio das investigações ao STF no último dia 11. Já a PF informou que não se manifesta sobre casos em andamento e que todas as atualizações sobre operações estão disponíveis em seu site oficial. Não há qualquer informação sobre um pedido de prisão de Bolsonaro no site.

Relembre o caso. Em março deste ano, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o governo Bolsonaro havia tentado trazer ilegalmente ao país um conjunto de joias recebidas do governo da Arábia Saudita avaliado em R$ 16,5 milhões. Os objetos, no entanto, foram apreendidos pela fiscalização do aeroporto de Guarulhos. O caso passou a ser investigado para averiguar se o ex-presidente e seus aliados teriam usado a estrutura do governo federal para se apoderar de presentes de alto valor.

Para aprofundar as investigações sobre o caso, a PF deflagrou uma operação de busca e apreensão na última sexta (11). Na noite de quarta (16), oficiais também apreenderam o celular do advogado Frederick Wassef, que confirmou ter comprado nos Estados Unidos um relógio que foi dado de presente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e posteriormente revendido pelo seu então ajudante de ordens Mauro Cid.

Desde que o caso foi noticiado, o Aos Fatos já desmentiu uma série de publicações enganosas que tentam minimizar a importância das investigações. Usuários já compartilharam, por exemplo, documentos incorretos para alegar que Bolsonaro teria tentado incorporar as joias ao acervo da Presidência, além de vídeos fora de contexto que sugerem que o presidente Lula teria roubado 11 contêineres de presentes recebidos durante seus dois primeiros mandatos.

Referências:
1. O Globo
2. UOL (1, 2, 3)
3. O Estado de S. Paulo
4. Aos Fatos (1, 2)

Topo

Usamos cookies e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concordará com estas condições.