Vídeo editado de Drauzio Varella desinforma ao afirmar que vacina contra dengue causa câncer

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São falsas as afirmações que têm sido compartilhadas junto de um vídeo editado do médico Dráuzio Varella sobre a QDenga, vacina contra a dengue incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) em dezembro de 2023. Diferentemente do que afirmam as peças, o imunizante não causa câncer, não altera o DNA humano e também não é fruto de transgenia. Os estudos clínicos da vacina provaram sua segurança e eficácia e os resultados foram atestados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 5.000 curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (2). As peças também circulam no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

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Selo falso

A vacina da dengue é transgênica, altera o DNA e causa câncer.

Vídeo de Drauzio Varella circula junto de legenda enganosas que sugerem que vacina contra dengue não seria segura

Publicações nas redes têm compartilhado um vídeo editado no qual o médico Drauzio Varella explica como funciona a vacina contra a dengue que passou a ser disponibilizada no Brasil. O vídeo editado sugere que o imunizante causaria câncer, alteraria o DNA humano e seria transgênico. Nada disso é verdade. O próprio Drauzio Varella já afirmou que a vacina é segura e recomendou que as pessoas busquem a imunização.

As peças editam um vídeo do médico sobre a QDenga (veja abaixo) e retiram justamente os trechos em que ele afirma que o imunizante é seguro e protege as pessoas da infecção: “Testada, é segura e deve ser usada na vacinação”, afirma ele no final da gravação — que foi excluído das peças de desinformação.

No portal oficial do médico também há um texto que explica que a QDenga é segura, uma vez que os resultados apresentados nos estudos foram atestados pela Anvisa. Além disso, não houve, nos testes clínicos do imunizante, qualquer registro de que a vacina tenha causado câncer nos pacientes.

Outra desinformação difundida pelas peças é a de que a vacina “alteraria o DNA humano”. Essa alegação enganosa, que já circulou nas redes em publicações sobre o imunizante contra a Covid-19, também não se sustenta: a QDenga é uma vacina que usa a tecnologia do vírus atenuado — uma parte do vírus que causa a dengue é injetado no ser humano —, material que não é capaz de alterar o DNA humano.

Por fim, também é falsa a afirmação de que a vacina da dengue seria transgênica. Conforme explicou ao Aos Fatos a doutora em biociências Laura Marise, comunicadora do canal Nunca Vi 1 Cientista, a tecnologia do DNA recombinante presente nos imunizantes nada tem a ver com transgenia, nome do processo pelo qual um pedaço de DNA que garante determinada característica de um organismo é passado para outro organismo.

“Já na vacina, o que acontece é que um pedaço de DNA modificado para ter as quatro cepas do vírus da dengue é entregue em uma bolsinha de lipídios”, afirma Freitas. Isso, portanto, não configura transgenia porque não houve organismos modificados no processo.

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Explicamos Para que serve e quem pode tomar a vacina contra a dengue

Quem pode tomar a vacina? A QDenga pode ser usada em qualquer pessoa de 4 a 60 anos de idade, mesmo que ela já tenha tido dengue alguma vez na vida. O esquema vacinal é de duas doses.

A QDenga foi incorporada ao SUS em 2023. No mês passado, o governo federal anunciou que haveria uma campanha nacional de vacinação para aplicar o imunizante. Como se trata de um produto novo, a farmacêutica disponibilizou um número restrito de doses e, por isso, a estratégia inicial será a vacinação de crianças e adolescentes em cidades (confira aqui a lista de municípios) com maior prevalência da doença. A Prefeitura de Dourados (MS) também fez uma parceria com a farmacêutica Takeda, laboratório responsável pela QDenga, para imunizar cerca de 150 mil moradores.

É possível, no entanto, conseguir doses no setor privado. Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, o preço de cada uma das doses varia entre R$ 400 e R$ 500.

Referências

  1. Drauzio Varella
  2. Aos Fatos
  3. CDC
  4. Ministério da Saúde (1 e 2)
  5. Folha de S.Paulo (1 e 2)

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