🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Candidata a vereadora em Palmas não perdeu votos durante apuração; imagem foi editada

Por Amanda Ribeiro

19 de novembro de 2020, 14h02

Publicações nas redes sociais compartilham print de uma tela do aplicativo do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como se fosse uma prova de que houve fraude nas eleições municipais de Palmas, capital do Tocantins. As postagens alegam que, durante a apuração, o aplicativo mostrou que a candidata a vereadora Rose Ribeiro (Republicanos) teria 1.111 votos, mas ao final da contagem, ela tinha apenas 58 (veja aqui). No entanto, é possível ver que a imagem foi manipulada, porque há uma diferença de padrão na apresentação do número de votos e na ordem candidatos na tela em comparação com o formato usado pelo TSE.

Na imagem compartilhada, Ribeiro aparece com “1111” votos -- o número está sem o ponto que separa a unidade de milhar. O padrão adotado pelo TSE em seu site é “1.111”, com o ponto. Além disso, apesar de ter mais votos do que os outros dois políticos que aparecem na aba “Favoritos”, Ribeiro está abaixo deles no print. De acordo com o padrão do TSE, os candidatos mais votados sempre aparecem no topo da lista.

O TRE-TO (Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins) também negou que exista a possibilidade de alterar os dados inseridos nas urnas eletrônicas pelos eleitores.

Difundida por perfis pessoais no Facebook, a alegação falsa acumulava cerca de 1.000 compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira (19). Todas as postagens foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de monitoramento da rede social (saiba como funciona).


FALSO

A candidata a vereadora Rose Ribeiro afirma ter 1111 às 17:39 e após o apagão caiu para 58. Alguém pode me dar uma explicação plausível para isso que aconteceu em Palmas?

Circula nas redes sociais uma denúncia de que uma candidata ao cargo de vereadora de Palmas, capital do Tocantins, teria perdido quase mil votos durante a apuração no último domingo (15). As publicações, que vêm acompanhadas de um vídeo em que a política faz as acusações e de um suposto print da página de divulgação de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostram Rose Ribeiro (Republicanos) com 1.111 votos às 17h39 e, ao fim da apuração, com apenas 58 votos. Diferentemente do que afirmam as peças, no entanto, não houve fraude nas urnas; o print usado pelas peças é fruto de montagem.

É possível perceber que a imagem foi manipulada pelo formato de apresentação do número de votos da candidata, que é diferente do padrão usado pelo site de divulgação dos resultados do TSE. Enquanto no print que circula nas redes (abaixo, à esquerda) o número de votos de Rose aparece como “1111”, sem um ponto que separe a unidade de milhar, o TSE usa o formato “1.111”, como é possível conferir na própria plataforma (abaixo, à direita).

Outro indicativo de que se trata de uma manipulação digital é a ordem de apresentação dos candidatos na imagem: o print, que mostra candidatos marcados como “favoritos” no aplicativo do TSE para celular, traz Rose abaixo de outros dois políticos, apesar de ter um número de votos maior. O padrão do TSE, no entanto, é sempre mostrar em primeiro lugar o candidato mais votado, como pode ser conferido no print abaixo feito pelo Aos Fatos:

Em nota, o TRE-TO (Tribunal Regional Eleitoral de Tocantins) negou que exista a possibilidade de alterar os dados inseridos nas urnas eletrônicas pelos eleitores. “Para conferir a lisura do processo, basta comparar a soma dos resultados dos boletins de urna, impressos na frente dos fiscais de partidos, ainda na seção eleitoral, com os dados disponibilizados pelo sistema da Justiça Eleitoral”.

Outro lado. O Aos Fatos entrou em contato com a candidata por meio do e-mail disponibilizado no TSE para que ela pudesse comentar a checagem. Até a tarde desta quinta-feira (19), no entanto, não houve retorno.

O e-Farsas e a Agência Lupa também checaram a peça de desinformação.

Referências:

1. TSE
2. TRE-TO


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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