🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Spotify diz que Allan dos Santos e Monark não violam regras e mantém doações a foragido

Por Alexandre Aragão e Gisele Lobato

1 de agosto de 2023, 12h01

Os podcasts do blogueiro foragido Allan dos Santos e do influenciador Monark não violam as regras do Spotify — apesar de disseminarem informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, ataques reiterados a autoridades e mentiras sobre a pandemia de Covid-19 —, segundo a empresa informou em nota ao Aos Fatos.

Na semana passada, reportagem do Aos Fatos revelou que centenas de episódios dos dois programas estavam disponíveis no Spotify, que fez um acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante as eleições de 2022 e se comprometeu a moderar conteúdo golpista.

Além disso, o programa de Allan dos Santos utiliza uma ferramenta de monetização do Spotify, que também lucra com eventuais doações de apoiadores do blogueiro foragido.

“Após uma análise minuciosa, esse conteúdo não violou nossas políticas”, afirma o Spotify, sublinhando que pode permanecer na plataforma “conteúdo que não desencoraje ou impeça claramente a participação em um processo cívico, ou que não intimide ou desencoraje claramente os eleitores de participar de uma eleição”.

Na sexta-feira (27) à noite, quase um ano de episódios do podcast Monark Talks foram retirados do Spotify. A conta alternativa de Monark no Twitter também foi retirada do ar, por uma decisão judicial — conforme aviso na rede —, mesmo motivo por que os episódios saíram do Spotify, segundo o Aos Fatos apurou.

  • Até a semana passada, o podcast de Monark tinha cerca de 250 episódios no Spotify;
  • Nesta terça (1º), restavam apenas 75;
  • Agora, o mais recente é uma entrevista feita no dia 27 de agosto de 2022;
  • Entre os episódios que saíram do ar está a entrevista de Monark com o médico infectologista Francisco Cardoso, feita em 29 de junho, que disseminou desinformação sobre a pandemia de Covid-19, conforme o Aos Fatos mostrou;
  • Também caiu a entrevista de Monark com Allan dos Santos do último dia 11, na qual os influenciadores insinuaram que as eleições de 2022 não foram justas.

‘SPOTIFY APOIA ALLAN’

Já o podcast Guerra de Informação segue no ar e continua sendo monetizado por meio de uma ferramenta do próprio Spotify, que facilita doações de usuários a criadores. O Aos Fatos havia analisado uma amostra aleatória de dez episódios do podcast disponíveis na plataforma e encontrado ataques às eleições ou a autoridades em todos eles.

Após a reportagem do Aos Fatos, a organização de ativismo digital Sleeping Giants Brasil iniciou campanha no Twitter contra a monetização do Guerra de Informação. A hashtag “Spotify apoia fake news” entrou nos trending topics na última sexta-feira (27), alcançando mais de 20 mil menções.

Ironizando a campanha, Allan dos Santos publicou em sua conta reserva no Instagram um card que diz “Spotify apoia Allan”.

Card mostra foto de Allan dos Santos, homem branco, calvo e de barba grisalha, usando terno escuro, camisa branca e gravata listrada. Ele segura um cartão escrito “Spotify Premium”, com o logo da empresa. Na parte debaixo, se lê “Spotify apoia Allan”.
Seja premium. Allan dos Santos usou o Instagram para ironizar campanha do Sleeping Giants dizendo que o ‘Spotify apoia fake news’ (Reprodução)

Allan dos Santos vive atualmente nos Estados Unidos e é considerado foragido da Justiça desde que teve sua prisão preventiva decretada em 2021, no âmbito do inquérito das fake news. Ele está na mira do STF (Supremo Tribunal Federal) nas investigações sobre a existência de uma milícia digital acusada de promover ataques à democracia. Tanto o blogueiro quanto o canal Terça Livre tiveram seus perfis no YouTube, no Instagram, no Facebook, no Twitter, no Telegram e no Gettr banidos por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que também ordenou o bloqueio das contas bancárias do influenciador.

Já Monark teve suas contas retidas por Moraes no início do ano, por suposto apoio aos ataques golpistas de 8 de janeiro. Após criar novos perfis em várias plataformas, o influenciador foi alvo de outra ordem do STF em 13 de junho, que determinou a derrubada de suas contas no Instagram, no Telegram, no Rumble, no Discord e no Twitter.

Referências:

1. Aos Fatos
2. TSE
3. Spotify (1, 2)
4. Folha de S.Paulo
5. G1
6. Correio Braziliense
7. Supremo Tribunal Federal

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