“Eu aqui cheguei à conclusão, junto com pessoas que estavam do meu lado, que a hidroxicloroquina e a ivermectina logo no início servia para curar a Covid.”
A declaração foi considerada FALSA, porque não há evidências científicas de que qualquer uma das drogas citadas pelo presidente seja capaz de curar a infecção causada pelo novo coronavírus. Apesar de terem demonstrado resultados favoráveis em experiências com células em laboratório, os medicamentos não tiveram a mesma resposta em testes clínicos (com humanos). A hidroxicloroquina, por exemplo, já foi removida de protocolos científicos conduzidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo governo americano por não mostrar — associada ou não ao antibiótico azitromicina — benefícios na redução de sintomas, gravidade e tempo de internação. Uma metanálise publicada em abril na revista Nature que revisou dados de 28 testes clínicos conduzidos com a hidroxicloroquina e a cloroquina mostrou inclusive que, além de ineficaz, o primeiro medicamento pode aumentar o risco de mortalidade de pacientes. Já a ivermectina, testada inicialmente por pesquisadores australianos, só se mostrou eficaz contra o coronavírus se usada em uma concentração considerada neurotóxica a seres humanos. Em revisão sistemática de 14 testes clínicos randomizados, a Cochrane, entidade especializada em revisões de estudos, concluiu que não há base científica que justifique o uso da ivermectina no tratamento ou na prevenção da Covid-19.
REPETIDA 5 VEZES. Em 2021: 15.jan, 10.set, 27.set, 30.set, 14.out.