“Como resultado [da política de desarmamento], a violência aumentou no Brasil, não caiu.”
Em 2007, um estudo do Ministério da Saúde mostrou que, de 2003 a 2006, depois da sanção do Estatuto do Desarmamento, a cada semestre foi observada uma redução significativa no número de mortos por arma de fogo. Houve uma queda de 4.677 óbitos no período analisado, ou seja, 12%, considerando números absolutos. O risco de mortalidade por arma de fogo era de 22 por 100 mil habitantes, em 2003, e caiu, em 2006, para uma proporção de 18/100 mil. O economista e pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Daniel Cerqueira é o autor dos principais estudos que avaliam o impacto das restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento nas mortes por arma de fogo no Brasil. Em 2015, ele afirmou que o estatuto rompeu com a escalada dos homicídios desde 1980 — de 1995 a 2003, a taxa de homicídios cresceu 21,4%, enquanto, de 2003 a 2012, evoluiu 0,3%. Em 2017, ele também publicou o estudo "Menos Armas, Menos Crimes", em que analisou estatísticas do estado de São Paulo entre 2001 e 2007 e concluiu que um aumento de 1% no número de armas em circulação provocaria um crescimento de 2% nos homicídios. O jornal Folha de S.Paulo trouxe em janeiro números semelhantes. Segundo a publicação, dados do Ministério da Saúde mostram que o ritmo de crescimento de assassinatos no país desacelerou depois que entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento, em 2004. Entre 1996, primeiro ano da série histórica do Datasus, e 2003, ano em que foi o estatuto passou a vigorar, a média de crescimento anual da taxa de mortes por agressão foi de 2,22% ao ano. De 2004 em diante, após a restrição do acesso às armas, a média de crescimento anual foi para 0,29%. A taxa, no entanto, variou consideravelmente ano a ano, com aumento expressivo a partir de 2012.