“Quando se fala naquele remédio da malária e do piolho para combater, deu certo.”
O presidente faz menção ao uso de hidroxicloroquina e de ivermectina para tratar Covid-19 e sua declaração é FALSA, porque nenhum estudo sólido comprovou que os dois medicamentos servem para tratar a infecção. Apesar de terem demonstrado inicialmente resultados favoráveis em experiências com células em laboratório, os medicamentos não tiveram a mesma resposta em testes clínicos (com humanos). A hidroxicloroquina, por exemplo, foi removida em 2020 de protocolos científicos conduzidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo governo americano por não mostrar — associada ou não ao antibiótico azitromicina — benefícios na redução de sintomas, gravidade e tempo de internação. Uma meta-análise publicada em abril de 2021 na revista Nature com dados de 28 testes clínicos mostrou inclusive que, além de ineficaz, a droga pode aumentar o risco de morte de pacientes. A ivermectina, testada por pesquisadores australianos, só se mostrou eficaz contra o coronavírus quando usada em uma concentração neurotóxica a seres humanos. Atualmente, o medicamento não é recomendado pela OMS fora de testes clínicos, e a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora americana) alerta que seu uso em grandes doses pode causar efeitos colaterais graves.
REPETIDA 5 VEZES. Em 2021: 15.jan, 10.set, 27.set, 30.set, 14.out.