“Não vou falar o nome. É um remedinho pra combater a malária. Deram uma dose cavalar de remédio pros pacientes. Morreram. Se eu te encher de um remédio qualquer, em dose excessiva tu pode morrer.”
O presidente faz referência a um estudo conduzido em Manaus por 28 pesquisadores do grupo CloroCovid-19, formado por membros da Fiocruz, da Universidade Estadual do Amazonas, da Universidade Federal do Amazonas e da Universidade de São Paulo. Na pesquisa, pacientes com quadros graves da doença foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu 450 mg de cloroquina duas vezes no primeiro dia e uma vez nos quatro dias seguintes, o que está dentro das indicações do Ministério da Saúde. O segundo recebeu 600 mg duas vezes por dia, por dez dias, seguindo um protocolo chinês de tratamento e com base em pesquisas in vitro que sugeriam que o remédio tinha potencial antiviral maior em doses mais altas. Após 13 dias, 16 pessoas haviam morrido no grupo que recebeu a dose mais alta (39% dos participantes) e seis no grupo das doses mais baixas (15%), o que levou à interrupção do estudo. O presidente, portanto, é incorreto ao relacionar a morte dos pacientes com as doses dos medicamentos, uma vez que a quantidade administrada estava dentro de protocolos de saúde.