“Ele [ministro Osmar Terra] fez um levantamento de três mil famílias que recebem o Bolsa família. Pegou a garotada de 0 a 3 anos e essa garotada, então foi acompanhada por algum tempo. Chegou-se a conclusão que o desenvolvimento intelectual dessa garotada de 0 a 3 anos de filhos de Bolsa Família, tá. O desenvolvimento deles equivalia a um terço da média mundial.”
Bolsonaro citou de forma incorreta o estudo do Ministério da Cidadania sobre o desenvolvimento intelectual das crianças beneficiárias do Bolsa Família. Ao contrário do informado pelo presidente, o levantamento indicou que há uma defasagem de 35% no desenvolvimento intelectual das crianças beneficiárias em relação à média mundial. Isso significa que o desenvolvimento dessas crianças corresponde a 65% da média mundial, não um terço, como cita Bolsonaro. A pesquisa faz parte do acomapanhamento do programa Criança Feliz, voltado para crianças de zero a três anos. Um resultado preliminar mostrou que os beneficiários do Bolsa Família apresentaram resultado médio de 0,26 em um teste de desenvolvimento infantil, enquanto a média de países desenvolvidos é de 0,40. Em entrevista ao jornal O Globo, o epidemiologista Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que coordena a pesquisa, afirmou "já era esperado” que as crianças apresentassem um desempenho inferior, porque o Bolsa Família atinge as famílias mais pobre do país e a pobreza “está fortemente associada ao baixo desenvolvimento psicomotor”. Para o pesquisador, esse resultado justifica a importância do programa Criança Feliz.