“E nós não podemos desamparar esses mais humildes que perderam, sim, com a inflação, que veio daquela política 'fica em casa, a economia a gente vê depois'.”
Bolsonaro exagera ao desconsiderar fatores internos e dizer que a alta de preços ocorreu apenas por causa das restrições de circulação implementadas durante a pandemia de Covid-19. Economistas ouvidos por Aos Fatos citam, como fatores que contribuem para a escalada da inflação, a instabilidade política, perda de credibilidade do governo e problemas estruturais. Um panorama fiscal publicado em dezembro do ano passado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) citou que a percepção de risco fiscal elevada, agravada pelas contas públicas deficitárias, representava um fator negativo para o ritmo de crescimento da economia e contribui para a desvalorização do real. Em 2021, a moeda brasileira foi a 12ª que mais se desvalorizou, repetindo o desempenho negativo do ano anterior. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, lembra que diversos produtos consumidos no Brasil são sensíveis à variação cambial, como os combustíveis, mas também há participação dos preços de serviços e dos preços administrados pelo governo. Outros fatores citados são as limitações na infraestrutura logística e a baixa produtividade da indústria. É fato, porém, que as questões globais influenciam na alta de preços. De acordo com Feldman, o setor industrial foi afetado diretamente pela pandemia de Covid-19, o que gerou escassez de peças utilizadas em eletrônicos e automóveis e pressionou os preços, pela alta demanda.
REPETIDA 12 VEZES. Em 2022: 02.mai, 11.mai, 14.mai, 15.mai, 19.mai, 30.mai, 02.jun, 30.jun, 03.jul, 20.jul, 02.ago.