Não é verdade que um vídeo mostra um grupo de pessoas chamando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de traidor, como alegam publicações nas redes. As imagens que circulam com a legenda enganosa foram gravadas em Campina Grande (PB) em setembro de 2022 e retratam uma manifestação de apoiadores do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), então candidato ao governo do estado. Na ocasião, os participantes direcionaram as palavras de ordem contra o governador João Azevêdo (PSB), que disputava a reeleição.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 6.500 compartilhamentos no Facebook e centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta quarta-feira (6).
Lula Traidor. O grosso entrou no Nordeste. Assim o ódio voltará?
Um vídeo que mostra pessoas gritando “traidor” tem circulado nas redes acompanhado de uma legenda enganosa que sugere que se trata de manifestação contra o presidente Lula. Gravadas em Campina Grande (PB) no dia 5 de setembro do ano passado, as imagens registram uma manifestação organizada por apoiadores do então candidato ao governo do estado Veneziano Vital do Rêgo após a realização de um debate na TV Borborema, afiliada do SBT. As ofensas eram direcionadas ao então candidato à reeleição, João Azevêdo, que inclusive aparece logo nos primeiros segundos da gravação.
Conforme é possível verificar em outras versões da gravação, em nenhum momento os manifestantes citam o nome de Lula, que na data cumpria agenda de campanha em São Paulo.
Na ocasião, também foram registradas ofensas e agressões contra outros políticos. O radialista e então candidato pelo PL, Nilvan Ferreira, foi atingido por um objeto. Já o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), que acompanhava o candidato do PSDB e então deputado federal Pedro Cunha Lima, foi hostilizado por uma mulher.
Apoio. Lula apoiou Veneziano Vital do Rêgo no primeiro turno da disputa pelo governo da Paraíba. No segundo turno, o PT, seguindo orientação do presidente, declarou apoio a Azevêdo, que derrotou Pedro Cunha Lima nas urnas. Vital do Rêgo terminou a eleição em quarto lugar.
O senador e o governador João Azevêdo eram aliados políticos até janeiro do ano passado, quando o primeiro abandonou a base para se candidatar ao governo da Paraíba. A aliança, no entanto, vinha sofrendo desgastes e há meses os dois já não participavam das mesmas agendas e eventos públicos.