Barrado pela Justiça Eleitoral, vídeo em que Lula pede voto em Boulos ultrapassou 120 mil visualizações

Por Ethel Rudnitzki

2 de maio de 2024, 15h31

A Justiça Eleitoral determinou nesta quinta-feira (2) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exclua de seu canal no YouTube a transmissão de seu discurso no ato pelo Dia do Trabalhador, em São Paulo — quando pediu votos para o pré-candidato à prefeitura paulistana, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

“E eu vou fazer um apelo. Cada pessoa que votou no Lula em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse o presidente.

A fala foi transmitida ao vivo também nos canais da Presidência e no CanalGov — que tornaram o vídeo privado antes da decisão judicial — e ainda no perfil de Lula no X.

  • No YouTube, a transmissão somava mais de 64 mil visualizações até a tarde desta quinta (2);
  • No X, o vídeo já foi visto mais de 59 mil vezes.

A decisão atende a pedido do diretório do Novo em São Paulo e determina prazo de 24 horas para o vídeo ser retirado do ar. Caso a ordem não fosse atendida, a Justiça também acionou o YouTube para a remoção do conteúdo em até 48 horas.

Segundo resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), só é permitida propaganda eleitoral após o dia 15 de agosto do ano das eleições. Antes disso, os candidatos não podem veicular propagandas políticas pagas em rádios ou na televisão nem fazer pedidos explícitos de voto, seja em eventos públicos ou por meios digitais.

Dessa forma, a fala de Lula configura propaganda eleitoral antecipada, passível de multa de até R$ 25 mil, mas “sem a menor gravidade para aplicar cassação de futura candidatura de Boulos ou inelegibilidade de Lula”, explica Vânia Aieta, professora da Uerj e coordenadora nacional da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral).

Para ela, o governo federal agiu para corrigir o erro ao retirar o conteúdo do ar logo após o encerramento da transmissão. “Foi coisa de singelo momento e a administração pode e deve se corrigir. Se quisesse ter deixado não tiraria de imediato”, afirmou.

No canal de Lula no YouTube, o vídeo ficou no ar até o fim da tarde de quinta-feira (2), quando foi excluído pelo administrador da página. Já no X, o vídeo permanecia no ar até a manhã desta sexta-feira (3). “O que o Lula quis ele conseguiu, que foi a repercussão jornalística, muito maior que a fala dele”, avaliou Aieta.


ATUALIZAÇÃO: às 12h06 de 3.mai.2024, para incluir informações sobre a exclusão do vídeo no YouTube.

Referências:

1. g1
2. Archive Today
3. YouTube
4. X (@LulaOficial)
5. TSE

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