🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Reportagem do ‘JN’ é tirada de contexto para atribuir a Lula e Dilma contas na Suíça

Por Luiz Fernando Menezes

18 de agosto de 2022, 15h24

Postagens enganam ao tirar de contexto uma reportagem do Jornal Nacional, veiculada em maio de 2017, para afirmar que a JBS abriu contas na Suíça com R$ 300 milhões de propina em nome dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o que nunca foi confirmado (veja aqui). A denúncia consta na delação premiada de Joesley Batista, um dos donos da empresa global do ramo de proteínas, no âmbito da Operação Lava Jato, e não resultou em acusação formal por falta de provas.

As postagens enganosas circulam desde o ano passado e acumulam mais de 890 mil compartilhamentos no Facebook. Nas últimas 24 horas, a desinformação foi compartilhada 15 mil vezes.


Selo não é bem assim

JBS Friboi abriu duas contas na Suíça com R$ 300 milhões de propina para Lula e Dilma.

Reportagem antiga e descontextualizada é usada para acusar ex-presidentes petistas de terem contas na Suíça

Uma reportagem veiculada em maio de 2017 pelo Jornal Nacional, sobre a delação do empresário Joesley Batista, que afirmava existirem duas contas na Suíça com R$ 300 milhões de propina para os ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, voltou a ser compartilhada nas redes sociais, mas sem o devido contexto. Isso porque as acusações feitas por Joesley não foram comprovadas e a reportagem continha um erro, posteriormente corrigido pelo telejornal.

No site do Jornal Nacional, consta que o material foi ao ar naquela edição com uma imprecisão: “Dissemos que Joesley Batista tinha contado na delação premiada detalhes de duas contas correntes no exterior em nome dos ex-presidentes Lula e Dilma. Na verdade, Joesley Batista disse no depoimento que mantinha no nome dele duas contas com dinheiro destinado a Lula e Dilma, a ser usado em campanhas eleitorais”.

As acusações de Joesley não geraram nenhuma acusação formal contra Lula e Dilma. Em agosto daquele ano, a PGR (Procuradoria-Geral da República), concluiu que a versão de Batista era “incomprovável” porque o delator não apresentou provas de suas falas. Joesley disse na delação — e reforçou em 20 de junho daquele ano — que havia depositado US$ 150 milhões em contas na Suíça para financiar campanhas petistas, e que a distribuição estaria a cargo de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda.

No dia 2 de junho, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem que dizia que o banco suíço Julius Baer, onde o dinheiro estaria depositado, teria encerrado as contas de Batista antes mesmo da delação por “transferências sem justificativa que levantaram a suspeita de crimes financeiros”. O banco afirmou que transferiu o dinheiro para os Estados Unidos, onde viviam Batista e sua família, e que desconhecia os beneficiários das movimentações.

Em nota enviada ao Aos Fatos, a assessoria de Lula afirmou que os depoimentos “jamais se comprovaram” e que “Lula e sua família foram extensamente investigados, tiveram todos os seus sigilos quebrados, e não têm nem nunca tiveram contas no exterior”.

A Agência Lupa e a Reuters checaram peças de desinformação semelhantes.

Referências:

1. Globoplay
2. G1 (1 e 2)
3. UOL
4. Estadão


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