É falso que uma investigação da PF (Polícia Federal) descobriu que o resultado das eleições de 2018 foi fraudado e, na realidade, Jair Bolsonaro venceu o pleito no primeiro turno com 78% dos votos, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). Em nota, a corporação afirmou que não é responsável por esse tipo de apuração. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse que o único pedido de investigação sobre a votação passada foi arquivado em janeiro deste ano após não terem sido encontrados indícios de fraude.
A peça de desinformação que circula no Facebook é a reprodução de um tweet publicado no domingo (2) pela conta @paulodetarsog, que se apresenta como “cristão, patriota, direita, família”. Postagens com o print reuniam ao menos 4.000 compartilhamentos na tarde desta segunda-feira (3) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).
Não é verdade que a PF (Polícia Federal) descobriu que as eleições de 2018 foram fraudadas e que Jair Bolsonaro deveria ter vencido o pleito no primeiro turno com 78% dos votos, como afirma um tweet que tem sido reproduzido em postagens no Facebook.
Em nota, a PF afirmou que “quem faz a contagem de votos das eleições e promove auditorias nas urnas são os tribunais eleitorais”. A corporação disse ainda que “qualquer informação que circule nas redes sociais que não tenha partido dos nossos canais oficiais de comunicação é de total responsabilidade de quem a divulgou”. No site da instituição, Aos Fatos não encontrou registros de investigações nos moldes citados na postagem.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirmou que apenas um pedido de investigação sobre as eleições de 2018 foi protocolado, mas arquivado em janeiro deste ano após não terem sido encontradas provas de fraude. A denúncia, assinada por um advogado e um engenheiro, apontava possíveis indícios de divergência de dados em apuração eleitoral e transparência no processo.
A alegação de que as eleições teriam sido fraudadas e que Bolsonaro venceu no primeiro turno apareceu primeiro em uma declaração do próprio presidente, em março deste ano. Ele, porém, não apresentou qualquer prova de sua acusação. Após a fala, o TSE se posicionou em favor da lisura do pleito: “O tribunal reafirma a absoluta confiabilidade e segurança do sistema eletrônico de votação e, sobretudo, a sua auditabilidade”.
Durante as eleições, Aos Fatos desmentiu, por exemplo, informações falsas de urnas que estavam programadas para autocompletar votos em Fernando Haddad (PT) e que a OEA (Organização dos Estados Americanos) teria identificado brechas no sistema.
Referências:
1. Polícia Federal
2. Folha de S.Paulo
3. TSE
4. Aos Fatos (Fontes 1 e 2)
Esta checagem foi atualizada às 11h15 do dia 4 de agosto de 2020 para acrescentar o posicionamento do TSE sobre a peça de desinformação.