Fotos de menina sendo resgatada são de 2016 e não têm relação com conflito entre Israel e Hamas

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Não é verdade que três fotos que mostram uma criança sendo resgatada por três homens diferentes tenham sido adulteradas para dar a entender que são de situações diferentes, como alegam posts nas redes. A sequência de imagens é verdadeira e foi registrada em agosto de 2016, após um bombardeio em Aleppo, na Síria, e não tem relação com o atual conflito entre Israel e Hamas.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam mais de 2 mil compartilhamentos no Twitter até o início da tarde desta sexta-feira (27) e centenas de curtidas no Instagram. A peça falsa também circula no Telegram e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Gaza: Propaganda suja dos lacaios do Hamas, a mesma criança em 3 lugares diferentes.

Fotos de resgate na Síria em 2016 são usadas como se fossem provas de manipulação de informações pelo Hamas sobre ataques em Gaza.

Três fotos de uma mesma criança, sendo resgatada por homens diferentes em cada imagem, circulam nas redes junto com uma legenda dando a entender que teriam sido adulteradas pelo Hamas para fazer propaganda anti-Israel, o que é falso.

As fotografias são verdadeiras e circulam em peças desinformativas desde 2016, quando foram registradas para a AFP pelo fotógrafo freelancer Ameer al-Halabi, que acompanhava o conflito na Síria. A sequência mostra o resgate de uma menina após um ataque aéreo realizado pelo regime ditatorial da Síria contra um funeral, no bairro Bab al-Nairab, na cidade de Aleppo, no dia 27 de agosto daquele ano. As fotografias, portanto, não têm qualquer relação com o conflito recente entre Hamas e Israel, que acumula 8.536 mortos.

As imagens mostram momentos distintos do mesmo resgate e, por isso, têm homens diferentes carregando a menina. Segundo al-Halabi, a criança passou pelos braços de pessoas que ajudavam os Capacetes Brancos (como são chamados voluntários que apoiam a população em situação de guerra) até chegar à ambulância porque, naquele momento, foi a forma mais eficiente de garantir o atendimento humanitário (veja no YouTube).

Além disso, é possível verificar os registros originais nos arquivos da AFP (aqui, aqui e aqui).

Print que mostra as imagens originais diretamente no arquivo da AFP após o bombardeio no dia 27 de agosto de 2016, na Síria.

Essa não foi a primeira vez que as imagens da menina síria sendo resgatada foram usadas para desinformar. O registro sempre retorna em contextos bélicos.

Em dezembro de 2016, por exemplo, publicações alegaram falsamente que a CNN estaria manipulando fatos com a imagem da criança para exagerar sobre o custo humano da crise de refugiados da Síria, o que não é verdade.

As fotografias também foram usadas para enganar nos anos seguintes com alegações descontextualizadas sobre ataques químicos na guerra civil da Síria, o que também foi desmentido (aqui e aqui).

Essa peça também foi desmentida pela AFP e Verificador.

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