É falso que o ‘Financial Times’ afirmou que Mourão é informante da CIA

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É falso que o jornal Financial Times tenha publicado que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, atuou como informante da CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos. As peças enganosas tiram de contexto uma reportagem do jornal britânico de 2023 que revelou uma articulação de membros do governo Joe Biden para pressionar políticos e militares brasileiros a respeitarem o resultado da eleição presidencial no país.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 1.100 compartilhamentos no Facebook e centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta quarta-feira (24).

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Selo falso

A intervenção da CIA e Biden nas eleições brasileiras. Financial Times afirma que Mourão era informante da CIA

Posts tiram de contexto uma matéria publicada pelo Financial Times e enganam ao afirmar que Mourão era informante da CIA e que o governo dos EUA interferiu no resultado do pleito de 2022.

Posts nas redes tiram de contexto uma reportagem publicada em 21 de junho de 2023 pelo Financial Times para alegar que o jornal britânico afirmou que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) era informante da CIA. Em nenhum momento do texto o Financial Times faz essa afirmação. Aos Fatos tampouco localizou qualquer outra publicação do jornal com alegação do tipo.

A reportagem afirma, na realidade, que houve uma “campanha de pressão silenciosa” por parte do governo dos Estados Unidos para instar os líderes políticos e militares brasileiros a respeitarem o resultado do pleito de 2022 e, com isso, salvaguardarem a democracia. Não há relatos indicando que o governo Biden e a CIA tenham manipulado o sistema eleitoral brasileiro ou interferido na opinião pública sobre candidatos.

As peças de desinformação difundem um trecho de uma reportagem de TV que reproduz, de modo correto, o teor da reportagem do jornal do britânico. Em nenhum momento é dito que Mourão atuava como informante ou que o governo americano interveio no resultado das urnas, como fazem crer as peças enganosas, e sim que os Estados Unidos exerceram influência para que “o resultado não fosse contestado”.

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Segundo o jornal britânico, a campanha começou após a visita do conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, ao Brasil em agosto de 2021. Sullivan se reuniu com o então presidente Jair Bolsonaro e saiu do encontro temendo que Bolsonaro tentasse manipular os resultados eleitorais ou negá-los, como Donald Trump havia feito um ano antes.

O Financial Times citou também que o ex-vice-presidente Mourão teria almoçado com investidores durante uma viagem a Nova York, em julho de 2022, e descartado o risco de um golpe. De acordo com o jornal, no entanto, o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Tom Shannon teria tido uma conversa particular com Mourão, na qual o político disse que temia que o resultado do pleito não fosse respeitado. Mourão negou ter havido a conversa.

Referências

  1. Financial Times (1 e 2)
  2. Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
  3. Exame
  4. X

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