Não é verdade que uma foto que circula nas redes mostra a mãe de Marielle Franco (PSOL-RJ), Marinete da Silva, ao lado do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, preso no último domingo (24) como suspeito de ordenar o assassinato da vereadora em 2018. O homem que aparece na imagem à direita de Marinete Silva é Antônio Francisco da Silva Neto, pai de Marielle.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook e no X (ex-Twitter) nesta segunda-feira (25).
Uma foto que retrata as profundezas da podridão humana, um reflexo nítido do bolsonarismo. A mãe da Marielle colocada entre [Domingos] Brazão, mandante da morte de sua filha, e Rivaldo Barbosa, chefe da polícia civil nomeado pelo então interventor federal e futuro vice de Bolsonaro, Braga Netto.
Diferentemente do que alegam posts nas redes, o homem que aparece em foto à direita da mãe de Marielle Franco não é o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro) Domingos Brazão. Trata-se, na realidade, de Antônio Francisco da Silva Neto, pai de Marielle. O registro foi feito em 16 de abril de 2018, durante reunião do então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, com familiares da vereadora.
O encontro ocorreu na sede da Polícia Civil do Rio cerca de um mês após o assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes. Na época, os parentes das vítimas foram informados sobre o andamento das investigações e disseram estar confiantes na equipe que cuidava do caso.
Também estavam presentes na ocasião o então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que aparece em primeiro plano na foto, Monica Benício, viúva de Marielle, Luyara Franco, filha da vereadora, Agatha Reis, viúva de Anderson Gomes, e Roberto Vilela Junior, cunhado do motorista.
A foto começou a circular fora de contexto nas redes no último domingo (24) após a prisão preventiva de Domingos Brazão e de seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Marielle. A polícia também prendeu o delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de planejar o crime e atrapalhar as investigações.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes após investigação da PF, que assumiu o caso no ano passado. Os desdobramentos ocorreram após a homologação da delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso desde 2019 e apontado como o possível autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson.