Não é verdade que o advogado Frederick Wassef apresentou, em entrevista recente, provas que ligam o PT ao atentado a faca que vitimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Juiz de Fora (MG), em 2018. O vídeo compartilhado pelas peças de desinformação é de novembro de 2021; nele, Wassef declarou, sem provas, que a esquerda brasileira teria encomendado a morte de Bolsonaro. Todas as investigações da PF (Polícia Federal), no entanto, concluíram que o agressor Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 36 mil compartilhamentos no Facebook e 60 mil visualizações no Kwai na manhã desta segunda-feira (25), além de circularem também no Telegram e WhatsApp (fale com a Fátima).
Explodiu a bomba. Foi o PT que mandou matar Bolsonaro. O advogado já tem provas que condenam Lula
Diferentemente do que alegam posts nas redes, o advogado Frederick Wassef não afirmou em entrevista recente ter provas que ligam o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao atentado que vitimou Bolsonaro em Juiz de Fora (MG). O vídeo compartilhado pelas peças de desinformação foi gravado em 3 de novembro de 2021; nele, Wassef — advogado da família Bolsonaro — afirma, sem provas, que a “esquerda brasileira” teria encomendado a morte do então presidente. Não há menção ao PT ou a Lula.
As declarações de Wassef foram dadas após o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) autorizar a quebra de sigilo contra os advogados de defesa de Adélio Bispo, autor da facada. A decisão permitiu que a PF reabrisse as apurações para esclarecer a origem de pagamentos recebidos pela defesa do agressor. Dois inquéritos já concluídos naquela época, no entanto, mostravam que Bispo teria agido sozinho e que o crime não teria sido encomendado.
Em maio de 2019, a 3ª Vara Federal de Juiz de Fora informou que o agressor foi diagnosticado com transtorno delirante persistente e que, por isso, era inimputável. Ele foi condenado a internação por tempo indeterminado e se encontra atualmente na Penitenciária Federal de Campo Grande.
Não há atualizações sobre o caso no site da PF, e a DPU (Defensoria Pública da União), responsável pela defesa de Bispo, disse ao na semana retrasada que desconhece qualquer nova movimentação. Também não foram encontradas declarações públicas recentes de Wassef sobre o crime.
A peça de desinformação também foi desmentida pelo UOL Confere.