Vídeo não mostra alunos da UFPA fumando maconha com soprador de folhas
Os jovens que aparecem em um vídeo consumindo maconha com um soprador de folhas não são alunos da UFPA (Universidade Federal do Pará), como alegam peças de desinformação. Além de a instituição de ensino ter desmentido a alegação, a filmagem, que circula há anos nas redes, mostra indivíduos conversando em inglês e espanhol, o que é um indício de que não foi gravada no Brasil.
O vídeo fora de contexto acumulava centenas de compartilhamentos no Facebook e centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (8). As peças de desinformação circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
ENQUANTO ISSO, NA Universidade Federal do Pará , OS ALUNOS SE DIVERTEM.. LIBEROU *GERAL, AGORA QUE O BRASIL VAI FICAR* NAS MÃOS DOS TRAFICANTES E ZUMBIS ATORMENTANDO A POPULAÇÃO. FAZ UÉLI agora abestados!
Publicações nas redes enganam ao identificar como alunos da UFPA os jovens que aparecem em um vídeo usando um soprador de folhas para fumar maconha. Em nota, a universidade afirmou que a filmagem não foi feita em suas dependências. Além disso, indícios presentes no vídeo apontam que ele não foi gravado no Brasil.
Por meio de busca reversa, Aos Fatos verificou que as imagens circulam ao menos desde 2021 em posts em russo e alemão no Instagram e no Telegram. Nenhuma das publicações nesses idiomas identifica os jovens como estudantes da UFPA ou de qualquer outra instituição brasileira de ensino.
Outro indício de que a filmagem não foi feita no Brasil é o idioma: é possível ouvir, ao longo da gravação, pessoas falando em inglês e espanhol.
O vídeo no contexto desinformativo passou a circular nas redes em meio à retomada do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no Brasil. Até o momento, foram cinco votos a favor e três contra a descriminalização. O julgamento foi pausado na última quarta-feira (6) após pedido de vista do ministro Dias Toffoli, que terá 90 dias para analisar o caso.
Referências:
1. Instagram
2. Telegram
3. Folha de S.Paulo
4. g1
