É falso que rio Nilo amanheceu vermelho; vídeo mostra lagoa no Chile

Não é verdade que o rio Nilo, maior curso de água do continente africano, amanheceu tingido de vermelho. As peças de desinformação que fazem essa alegação alertam que o evento estaria ligado a profecias bíblicas do fim do mundo – mas compartilham um vídeo da Laguna Roja, uma lagoa com águas avermelhadas localizada no norte do Chile.

O conteúdo falso acumulava ao menos 102 mil curtidas no Instagram e 7.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (17). No TikTok, o vídeo fora de contexto já foi visualizado ao menos 16 milhões de vezes.

O Rio Nilo amanheceu vermelho no Egito . Quer queiram ou não alguma explicação, as profecias se cumprem.

Publicações nas redes enganam ao compartilhar imagens de uma lagoa localizada no Chile como se fossem um registro do rio Nilo, que teria supostamente amanhecido com as águas tingidas de vermelho. O vídeo descontextualizado, que tem sido usado como prova de uma profecia bíblica do fim dos tempos, foi gravado na Laguna Roja, lagoa no norte do Chile que tem águas naturalmente avermelhadas. Não há registro de que as águas do Nilo tenham mudado de coloração.

Comparativo. Elementos da paisagem mostram que, na verdade, o vídeo foi gravado na lagoa chilena. (Victoria Ansaldo/Governo do Chile)

A Laguna Roja fica a 3.700 metros de altitude no Altiplano chileno. Embora não exista uma explicação definitiva para a coloração avermelhada da água, o governo do país afirma que as causas mais prováveis são a presença de sedimentos e da microalga Chlamynodephris.

Considerada um ponto turístico chileno, a Laguna Roja não é a única com águas de coloração avermelhada. Na Tanzânia, há também o lago Natron.

Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, têm circulado nas redes diversas peças de desinformação que interpretam imagens e vídeos enganosos como sinais do fim do mundo. Um dos exemplos mais recentes é um vídeo que supostamente registra nuvens em formato de mãos em prece. As imagens, no entanto, são editadas.

Referências:
1. Chile Travel
2. UOL
3. Aos Fatos (1 e 2)